Sempre que eu falar sexo ou sexualidade na
Grécia, em Roma e na Idade Média leiam com “aspas”. Em grego não tem nenhum
termo que reúna sob si a quantidade de práticas e discursos e aspectos que
compõem a sexualidade. Ah tem vários termos em koine: um pra sexo ativo com
anus, outro pra sexo passivo, um pra masturbação mútua.
A nossa forma
de desejar, entender e perceber essa parte da vida emerge no século XIX, como
ciência. Os gregos possuíam diversas palavras para o amor: eros, Philia,
philautia, pragma, ludus, Storge e ágape.
Por exemplo, nós
hoje traduzimos o termo “Eros” para o desejo erótico, sexual. Mas bem, quando
observamos na épica homérica “satisfaz teu Eros de beber vinho” Eros poderia
ser qualquer desejo passível de saciedade.
A poesia
mélica, dos coros vai propor o Eros como um invadido por um elemento estranho.
Um patos. O Eros que se realiza morre.
Em Grécia e
Roma não há nem mesmo qualquer referência um “ser” sexual, posto que não são
práticas que possam ser associadas entre si.
Não existe a
ideia de uma sexualidade normal ou natural. Existem as posições estatutárias no
interior de dado regime moral: o amigo com quem se deita, a mulher com quem se
deita, a esposa com quem se reproduz, o afeminado (malekas) a quem ofende e o
seu igual, a quem ama.
Não vamos cair
nessa bobagem gente de que só porque gente com pau comia gente com pau que
tinha homossexualidade na Grécia. Tinha não amore, tinham práticas que não
chegavam a conformar uma identidade.
Texto de Helena
Vieira
Saiba mais
assistindo a live Sexualidade na Antiguidade e escritos paulinos - com Helena
Vieira.
Em meu canal do
Youtube (Angela Natel) - https://www.youtube.com/watch?v=m8geHYdvY8Y&t=868s
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