quinta-feira, 27 de julho de 2023

Sexualidade na Grécia, em Roma e na Idade Média, por Helena Vieira

 


 Sempre que eu falar sexo ou sexualidade na Grécia, em Roma e na Idade Média leiam com “aspas”. Em grego não tem nenhum termo que reúna sob si a quantidade de práticas e discursos e aspectos que compõem a sexualidade. Ah tem vários termos em koine: um pra sexo ativo com anus, outro pra sexo passivo, um pra masturbação mútua.

A nossa forma de desejar, entender e perceber essa parte da vida emerge no século XIX, como ciência. Os gregos possuíam diversas palavras para o amor: eros, Philia, philautia, pragma, ludus, Storge e ágape.

Por exemplo, nós hoje traduzimos o termo “Eros” para o desejo erótico, sexual. Mas bem, quando observamos na épica homérica “satisfaz teu Eros de beber vinho” Eros poderia ser qualquer desejo passível de saciedade.

A poesia mélica, dos coros vai propor o Eros como um invadido por um elemento estranho. Um patos. O Eros que se realiza morre.

Em Grécia e Roma não há nem mesmo qualquer referência um “ser” sexual, posto que não são práticas que possam ser associadas entre si.

Não existe a ideia de uma sexualidade normal ou natural. Existem as posições estatutárias no interior de dado regime moral: o amigo com quem se deita, a mulher com quem se deita, a esposa com quem se reproduz, o afeminado (malekas) a quem ofende e o seu igual, a quem ama.

Não vamos cair nessa bobagem gente de que só porque gente com pau comia gente com pau que tinha homossexualidade na Grécia. Tinha não amore, tinham práticas que não chegavam a conformar uma identidade.

Texto de Helena Vieira

Saiba mais assistindo a live Sexualidade na Antiguidade e escritos paulinos - com Helena Vieira.

Em meu canal do Youtube (Angela Natel) - https://www.youtube.com/watch?v=m8geHYdvY8Y&t=868s


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Sexualidade na Grécia, em Roma e na Idade Média, por Helena Vieira

 


 Sempre que eu falar sexo ou sexualidade na Grécia, em Roma e na Idade Média leiam com “aspas”. Em grego não tem nenhum termo que reúna sob si a quantidade de práticas e discursos e aspectos que compõem a sexualidade. Ah tem vários termos em koine: um pra sexo ativo com anus, outro pra sexo passivo, um pra masturbação mútua.

A nossa forma de desejar, entender e perceber essa parte da vida emerge no século XIX, como ciência. Os gregos possuíam diversas palavras para o amor: eros, Philia, philautia, pragma, ludus, Storge e ágape.

Por exemplo, nós hoje traduzimos o termo “Eros” para o desejo erótico, sexual. Mas bem, quando observamos na épica homérica “satisfaz teu Eros de beber vinho” Eros poderia ser qualquer desejo passível de saciedade.

A poesia mélica, dos coros vai propor o Eros como um invadido por um elemento estranho. Um patos. O Eros que se realiza morre.

Em Grécia e Roma não há nem mesmo qualquer referência um “ser” sexual, posto que não são práticas que possam ser associadas entre si.

Não existe a ideia de uma sexualidade normal ou natural. Existem as posições estatutárias no interior de dado regime moral: o amigo com quem se deita, a mulher com quem se deita, a esposa com quem se reproduz, o afeminado (malekas) a quem ofende e o seu igual, a quem ama.

Não vamos cair nessa bobagem gente de que só porque gente com pau comia gente com pau que tinha homossexualidade na Grécia. Tinha não amore, tinham práticas que não chegavam a conformar uma identidade.

Texto de Helena Vieira

Saiba mais assistindo a live Sexualidade na Antiguidade e escritos paulinos - com Helena Vieira.

Em meu canal do Youtube (Angela Natel) - https://www.youtube.com/watch?v=m8geHYdvY8Y&t=868s