terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Misoginia destilada em Madonna e em todas as mulheres.

 


Joanna Burigo traduz na íntegra o comentário da autora Rachel Simmons sobre Madonna nos #GrammyAwards, envelhecimento, cirurgia plástica, machismo, misoginia e etarismo.
"O rosto de Madonna estava em alta no Grammy noite passada. Observadores twittaram seu espanto com seu aparente uso de cirurgia plástica. “Fãs ‘tão confusos’ com o ‘novo rosto’ de Madonna no Grammy 2023”, foi a manchete da página seis do New York Post.
'O que aconteceu com o rosto de Madonna?! #GRAMMYs', dizia uma mensagem típica.
Tornou-se um esporte ridicularizar celebridades mulheres que se utilizam de cirurgia plástica. É muito mais fácil diminuir Madonna como indivíduo do que, antes, questionar por que tantas mulheres sentem a necessidade de fazer isso.
O preconceito de idade é real e corta muito mais fundo do que as facas ou agulhas que as mulheres permitem passar por seus rostos. No ano passado, em uma pesquisa com 6.000 mulheres com mais de 50 anos, 2/3 disseram que sofreram discriminação por idade regularmente e que isso prejudicou sua saúde mental.
As mulheres não brancas relataram os níveis mais altos de discriminação. Mesmo com a população envelhecendo, 9/10 de trabalhadoras com mais idade vêem a discriminação contra elas como sendo comum; 3/5 dizem que já viram isso em seus locais de trabalho.
Cada minuto que a ridicularizamos é outro minuto em que culpamos as mulheres, não a cultura.
E toda mulher que vê essas manchetes sabe, no fundo, que não somos diferentes de Madonna -- que, enquanto observamos esse processo se desenrolar em nossos rostos, estamos vivendo em uma cultura que lentamente desinvestiu no valor de *toda* mulher mais velha, não apenas Madonna.
Gerentes, lembrem-se de que o preconceito de idade é uma das formas de discriminação menos discutidas. Reserve um minuto para aprender como mitigá-lo.
Pais, prestem atenção: quando vocês ou seus filhos criticarem uma mulher que faz cirurgia plástica para parecer mais jovem, reserve um momento para perguntar como a cultura, o sistema, a sociedade (você escolhe a palavra) está moldando a escolha dessa mulher. Ensine seus filhos a criticar o sistema, não a pessoa.
Eu gostaria de ter visto uma manchete como esta: 'Fãs estão muito confusos com esta cultura que pressiona mulheres a fazer cirurgias eletivas e dolorosas apenas para fazerem música.'"





No mesmo dia, um patriota norte-americano decidiu destilar sua misoginia usando Madonna e comparando-a a uma Deusa, descrita por ele com inúmeros equívocos históricos e mitológicos, e repleto de demonização e estigmatização feminina.

De acordo com Joseph D. McBride, que se autodescreve em sua Bio "Luta pelos direitos constitucionais dos patriotas americanos". Ele publica:
"Madonna sempre foi o escárnio satânico da Virgem Maria, que trouxe a luz de Jesus Cristo para o mundo. Você está olhando para a forma mais antiga dessa zombaria na forma de Inanna/Ishtar, a deusa do sacrifício infantil, da prostituição sagrada não binária, e da morte".
Ele publica junto com seu texto a seguinte montagem:

Mesmo alguém rebatendo: "A Inanna Suméria está ligada à Ishtar acádia, não é conclusivo que seja a mesma. Também Inanna não era não binária, ela representava a sexualidade (não a prostituição) e a fertilidade, e mais tarde tinha características de guerra que hoje consideramos mais masculinas. Mas ela era feminina". Ele insiste em seus equívocos e ignorância: "Discordo. Mesopotâmico, sumério, cananeu, assírio, babilônico, egípcio, grego, romano...etc...Ela/eles está obviamente representada em todos. Inanna Ishtar Astarte Mylitta Afrodite Vênus Para adorar esta abominação, são necessárias prostitutas sagradas com fluido não binário/de gênero".

Imitando Heródoto em seus equívocos históricos com o fim de pregar intolerância e xenofobia, além de se referir às Deusas Inanna e Ishtar como sendo uma só - um grande equívoco colonial - ele atribui a elas sacrifício infantil, prostituição e fluidez de gênero. Todas as informações são comprovadamente falsas, usando de argumentos mentirosos e desonestidade intelectual para justificar um pânico moral/satânico, típico dos monoteísmos cristãos. A História como ciência não é brincadeira, e por isso deve ser levada a sério.

Resumi um pouco desses argumentos que são também utilizados para se referir à Deusa Asherah em minha apresentação no Congresso Messalinas da USP em 2022, que você conferir em https://www.youtube.com/watch?v=96_UWs-e5Do&t=402s

Se quiser saber mais com fundamentação na História, na arqueologia, na mitologia, na linguística e em textos antigos, com metodologia científica e não achismos, é só adquirir meus cursos:

Curso “Asherah: Deusa de Israel” – para uma luta anticolonial Para informações e inscrição: https://angelanatel.wordpress.com/2022/04/06/curso-asherah-deusa-de-israel/

Curso: “O panteão ugarítico e a mitologia cananeia: Deuses e Deusas da Bíblia”

Curso: “Zacarias: a expulsão da Deusa e o silenciamento profético”.
Para informações e inscrição: 

Curso “Leituras do Novo Testamento: os quatro Evangelhos e a literatura”

Curso “Apocalipse: texto e contexto (sentido e interpretação)”

Curso “Deusas, loucas e feiticeiras: as mulheres nos textos bíblicos”
Para informações e inscrição: 

Curso: “A representação do Mal nas Religiões”

Curso: “O divórcio de Yahweh e a Deusa no Éden”

Curso “A Deusa Ishtar e o livro de Ester”

Para saber quem sou, minha formação e publicações acesse o link  https://linktr.ee/angelanatel
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às 12:59

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Misoginia destilada em Madonna e em todas as mulheres.

 


Joanna Burigo traduz na íntegra o comentário da autora Rachel Simmons sobre Madonna nos #GrammyAwards, envelhecimento, cirurgia plástica, machismo, misoginia e etarismo.
"O rosto de Madonna estava em alta no Grammy noite passada. Observadores twittaram seu espanto com seu aparente uso de cirurgia plástica. “Fãs ‘tão confusos’ com o ‘novo rosto’ de Madonna no Grammy 2023”, foi a manchete da página seis do New York Post.
'O que aconteceu com o rosto de Madonna?! #GRAMMYs', dizia uma mensagem típica.
Tornou-se um esporte ridicularizar celebridades mulheres que se utilizam de cirurgia plástica. É muito mais fácil diminuir Madonna como indivíduo do que, antes, questionar por que tantas mulheres sentem a necessidade de fazer isso.
O preconceito de idade é real e corta muito mais fundo do que as facas ou agulhas que as mulheres permitem passar por seus rostos. No ano passado, em uma pesquisa com 6.000 mulheres com mais de 50 anos, 2/3 disseram que sofreram discriminação por idade regularmente e que isso prejudicou sua saúde mental.
As mulheres não brancas relataram os níveis mais altos de discriminação. Mesmo com a população envelhecendo, 9/10 de trabalhadoras com mais idade vêem a discriminação contra elas como sendo comum; 3/5 dizem que já viram isso em seus locais de trabalho.
Cada minuto que a ridicularizamos é outro minuto em que culpamos as mulheres, não a cultura.
E toda mulher que vê essas manchetes sabe, no fundo, que não somos diferentes de Madonna -- que, enquanto observamos esse processo se desenrolar em nossos rostos, estamos vivendo em uma cultura que lentamente desinvestiu no valor de *toda* mulher mais velha, não apenas Madonna.
Gerentes, lembrem-se de que o preconceito de idade é uma das formas de discriminação menos discutidas. Reserve um minuto para aprender como mitigá-lo.
Pais, prestem atenção: quando vocês ou seus filhos criticarem uma mulher que faz cirurgia plástica para parecer mais jovem, reserve um momento para perguntar como a cultura, o sistema, a sociedade (você escolhe a palavra) está moldando a escolha dessa mulher. Ensine seus filhos a criticar o sistema, não a pessoa.
Eu gostaria de ter visto uma manchete como esta: 'Fãs estão muito confusos com esta cultura que pressiona mulheres a fazer cirurgias eletivas e dolorosas apenas para fazerem música.'"





No mesmo dia, um patriota norte-americano decidiu destilar sua misoginia usando Madonna e comparando-a a uma Deusa, descrita por ele com inúmeros equívocos históricos e mitológicos, e repleto de demonização e estigmatização feminina.

De acordo com Joseph D. McBride, que se autodescreve em sua Bio "Luta pelos direitos constitucionais dos patriotas americanos". Ele publica:
"Madonna sempre foi o escárnio satânico da Virgem Maria, que trouxe a luz de Jesus Cristo para o mundo. Você está olhando para a forma mais antiga dessa zombaria na forma de Inanna/Ishtar, a deusa do sacrifício infantil, da prostituição sagrada não binária, e da morte".
Ele publica junto com seu texto a seguinte montagem:

Mesmo alguém rebatendo: "A Inanna Suméria está ligada à Ishtar acádia, não é conclusivo que seja a mesma. Também Inanna não era não binária, ela representava a sexualidade (não a prostituição) e a fertilidade, e mais tarde tinha características de guerra que hoje consideramos mais masculinas. Mas ela era feminina". Ele insiste em seus equívocos e ignorância: "Discordo. Mesopotâmico, sumério, cananeu, assírio, babilônico, egípcio, grego, romano...etc...Ela/eles está obviamente representada em todos. Inanna Ishtar Astarte Mylitta Afrodite Vênus Para adorar esta abominação, são necessárias prostitutas sagradas com fluido não binário/de gênero".

Imitando Heródoto em seus equívocos históricos com o fim de pregar intolerância e xenofobia, além de se referir às Deusas Inanna e Ishtar como sendo uma só - um grande equívoco colonial - ele atribui a elas sacrifício infantil, prostituição e fluidez de gênero. Todas as informações são comprovadamente falsas, usando de argumentos mentirosos e desonestidade intelectual para justificar um pânico moral/satânico, típico dos monoteísmos cristãos. A História como ciência não é brincadeira, e por isso deve ser levada a sério.

Resumi um pouco desses argumentos que são também utilizados para se referir à Deusa Asherah em minha apresentação no Congresso Messalinas da USP em 2022, que você conferir em https://www.youtube.com/watch?v=96_UWs-e5Do&t=402s

Se quiser saber mais com fundamentação na História, na arqueologia, na mitologia, na linguística e em textos antigos, com metodologia científica e não achismos, é só adquirir meus cursos:

Curso “Asherah: Deusa de Israel” – para uma luta anticolonial Para informações e inscrição: https://angelanatel.wordpress.com/2022/04/06/curso-asherah-deusa-de-israel/

Curso: “O panteão ugarítico e a mitologia cananeia: Deuses e Deusas da Bíblia”

Curso: “Zacarias: a expulsão da Deusa e o silenciamento profético”.
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Curso “Leituras do Novo Testamento: os quatro Evangelhos e a literatura”

Curso “Apocalipse: texto e contexto (sentido e interpretação)”

Curso “Deusas, loucas e feiticeiras: as mulheres nos textos bíblicos”
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Curso: “A representação do Mal nas Religiões”

Curso: “O divórcio de Yahweh e a Deusa no Éden”

Curso “A Deusa Ishtar e o livro de Ester”

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