quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Educação ou colonização?

 


A gente criou o Bibliopreta pra ajudar justamente os deixados pra trás dos orientadores brancos sem noção. Os violentados pela estrutura racista da Universidade. Os que precisam correr aquela milha a mais pra serem considerados bons apenas a metade. Os que pra encontrar a maravilha do seu conhecimento e o gozo do que querem entender, da pesquisa e experimentação, e do provar a si mesmos se submetem a serem espezinhados numa régua díspar que sequer reconhece seus conhecimentos como mensuráveis.

E esse texto da revista piauí que saiu essa semana falando de professores ressentidos acusando alunos racializados de liberalismo e de acusações falsas de abuso caiu como uma bomba sobre os nossos alunos.

Já tive aluna que a professora humilhava em áudios de orientação. Já tive aluna que recebeu como parecer de trabalho que raça não era um conceito científico e que ela deveria focar em outra coisa. Um menino de história com tema em educação teve que ouvir em banca que o assunto da escravidão na história já estava saturado e que hoje os enfoques negros estavam todos encaminhados para o revanchismo e ressentimento.

Pretos e pretas, mulheres diante de orientadores homens, todos os dias sofrem abusos dentro da estrutura hierárquica das universidades

Tem orientador que pede pra aluno diminuir a profundidade da análise porque ele não conhece a bibliografia (Não branca) abordada

Tem aluno mandando mensagem de que teve vontade morrer em cada dia do mestrado e doutorado. Pra esse filho da puta escrever que pedir prazo é liberalismo.

Um dia a gente vai queimar todos esses prédios com suas autoridades dentro. E conhecimento vai correr livre pelas avenidas casas bibliotecas estantes ruas encontros e as pessoas vão discutir suas ideias e elaborações nos botecos e nas calçadas. E nunca mais alguém vai ousar tratar quem aprende e quem pesquisa como lixo, porque até o lixo pode ser feito de conhecimento experimento e maravilha, e até ali a gente também vai ir pra aprender e ensinar alguma coisa

Ódio de quem mexe com meus amores

Texto de Sueli Feliziani

Fonte: https://www.facebook.com/100000237745159/posts/pfbid034J6MbUpUccFw6czzyG3W3AxseSD5UmdPbUcB4haznU9br7cpvymWM3YMW2GrqphLl/?app=fbl

Assista a live “Vozes dissonantes” com Sueli Feliziani em meu canal do Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=RZoAoWxzNT4&t=3687s


Nenhum comentário:

Educação ou colonização?

 


A gente criou o Bibliopreta pra ajudar justamente os deixados pra trás dos orientadores brancos sem noção. Os violentados pela estrutura racista da Universidade. Os que precisam correr aquela milha a mais pra serem considerados bons apenas a metade. Os que pra encontrar a maravilha do seu conhecimento e o gozo do que querem entender, da pesquisa e experimentação, e do provar a si mesmos se submetem a serem espezinhados numa régua díspar que sequer reconhece seus conhecimentos como mensuráveis.

E esse texto da revista piauí que saiu essa semana falando de professores ressentidos acusando alunos racializados de liberalismo e de acusações falsas de abuso caiu como uma bomba sobre os nossos alunos.

Já tive aluna que a professora humilhava em áudios de orientação. Já tive aluna que recebeu como parecer de trabalho que raça não era um conceito científico e que ela deveria focar em outra coisa. Um menino de história com tema em educação teve que ouvir em banca que o assunto da escravidão na história já estava saturado e que hoje os enfoques negros estavam todos encaminhados para o revanchismo e ressentimento.

Pretos e pretas, mulheres diante de orientadores homens, todos os dias sofrem abusos dentro da estrutura hierárquica das universidades

Tem orientador que pede pra aluno diminuir a profundidade da análise porque ele não conhece a bibliografia (Não branca) abordada

Tem aluno mandando mensagem de que teve vontade morrer em cada dia do mestrado e doutorado. Pra esse filho da puta escrever que pedir prazo é liberalismo.

Um dia a gente vai queimar todos esses prédios com suas autoridades dentro. E conhecimento vai correr livre pelas avenidas casas bibliotecas estantes ruas encontros e as pessoas vão discutir suas ideias e elaborações nos botecos e nas calçadas. E nunca mais alguém vai ousar tratar quem aprende e quem pesquisa como lixo, porque até o lixo pode ser feito de conhecimento experimento e maravilha, e até ali a gente também vai ir pra aprender e ensinar alguma coisa

Ódio de quem mexe com meus amores

Texto de Sueli Feliziani

Fonte: https://www.facebook.com/100000237745159/posts/pfbid034J6MbUpUccFw6czzyG3W3AxseSD5UmdPbUcB4haznU9br7cpvymWM3YMW2GrqphLl/?app=fbl

Assista a live “Vozes dissonantes” com Sueli Feliziani em meu canal do Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=RZoAoWxzNT4&t=3687s