A disfunção executiva é uma das partes mais desafiadoras da
neurodivergência. Ela afeta muito autistas e pessoas com TDAH, além de outras
condições.
Disfunção executiva é sobre ir para a cozinha porque quer
comer, pegar o prato e ficar andando de um lado para o outro por não saber por
onde começar. Tem que se planejar, organizar e ainda executar para conseguir
cumprir uma tarefa.
Disfunção executiva é sobre ficar muitos dias sem lavar o
cabelo porque não consegue se organizar para isso em meio a todas as outras
tarefas necessárias. E não tem a ver com falta de tempo. Pessoas com disfunção
executiva podem não saber nem por onde começar, se sobrecarregam por
antecipação, mas tudo o que você vê é uma pessoa sentada olhando o celular ou o
computador por horas.
É diferente de preguiça porque a pessoa quer fazer, mas não
consegue. Pode ser desafiador não apenas começar a tarefa, mas também se manter
nela até o fim.
Pode ocorrer com coisas tão simples como beber água da
garrafinha que deixou perto para não precisar ir à cozinha. Muitas vezes eu
deixo uma garrafa de água perto de mim, mas não bebo. Minha garrafinha está com
a mesma água há mais de um mês na mesa de cabeceira porque, além de não beber,
não troquei a água ainda.
Disfunção executiva é ficar com a casa suja, sem comer se
depender de ter que cozinhar para isso, levar meses para fazer algo que leva
minutos porque simplesmente não consegue inserir isso no meio de tudo que você
tem e quer fazer, e no final das contas não fazer nada. É abrir um jogo que você
quer jogar e passar horas olhando a tela ou mexendo no celular até que acabou o
tempo.
24 horas não parece suficiente quando se tem disfunção
executiva. Superar isso depende da ajuda de outras pessoas e de mil e uma
estratégias pensadas junto com os terapeutas.
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