Segue o carrossel pra ler
a reflexão.
E tem texto:
nos últimos dias, o dispositivo do choque
despertado pelo bolsonarismo vem sendo estrategicamente manipulado para
despertar paixões reacionárias no campo "progressista": o desejo por
um Estado forte, capaz de identificar quem compreende enquanto terrorista, para
rapidamente puni-los e - através do exercício de dita punição exemplar -
mostrar a "força" da democracia.
A mobilização de lutas sociais sendo capturada
por um imaginário infantil de "mocinhos e bandidos", no qual o apelo
a um estado repressor, às leis antiterrorismo, o discurso
"antivandalismo" parecem se tornar tecnologias legítimas - desde que
utilizados para combater os "verdadeiros bandidos" (no caso o bolsonarismo),
esquecendo a facilidade que governos petistas terão em virar essas mesmas
tecnologias contra nós quando for conveniente.
Questões que dialogam com nossa própria
imobilidade política: ao invés de nos autoorganizarmos para confrontar os
fascistas lá onde estão - nas ruas -, nos reduzimos a atos simbólicos distantes
de qualquer confronto concreto, que se resumem a clamar pela proteção
policialesca do Estado que acreditamos ter ocupado através das urnas.
Mas e quando os interesses petistas se
desalinharem dos nossos? E quando formos nós, novamente, as vândalas - tal como
em 2013?
Se liguem.
Temos muita tarefa pela frente: articular nossas
próprias estratégias de enfrentamento ao fascismo, nos desarticulando do Estado
que tenta parasitar nossas pautas para alimentar suas máquinas repressoras.
(para mais referências, leiam o último texto
de @dra.fufu ,
e a live dela com @vinyrodrigues_zn postada hoje)
@lesbikaos.groove (Instagram)
Não só o aparelho
repressor mobilizado contra bolsonaristas pode se voltar contra nós, fazendo
dessa situação um laboratório para testar e aprimorar novas tecnologias de
controle e exceção, mas há também o fato que a economia-política-libidinal do
bolsonarismo se encontra, em partes, nessas tecnologias, que o gestaram: um
bolsonarismo antes de bolsonaro, que foi sendo gestado na polícia, no cárcere,
no judiciário com toda guerra aos "vagabundos" e
"bandidos". Todo o ethos viril-militar dos cidadãos de bem encontra
no Estado Penal as bases de sua atual máquina de guerra. Investir mais nesse
aparelho, dar mais protagonismo pra polícia, pro militarismo, na repressão é
investir e financiar ainda mais o bolsonarismo cujas forças elementares são as
forças repressivas que se autonomizaram politicamente e nunca vão se opor de
fato à extrema-direita. É um tiro no pé em várias dimensões e com efeitos a
longo prazo catastróficos no combate a extrema-direita.
@cat.usp (Instagram)
Fonte: https://www.instagram.com/p/CnPqzAlPXF2/?igshid=NDdhMjNiZDg%3D
Nenhum comentário:
Postar um comentário