quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Organizando as ideias...

 


Organizando as idéias para mais uma coluna.

Parece que o romanceamento das relações de poder e violência nas trocas entre os gêneros são uma constante social difícil de quebrar. Motivos? Vários. Mas parece que o reforço cultural é o mais importante dos fatores.

José deixa a brincadeira no domingo, e mata Juliana, e o amigo João na roda gigante por amor

Te perdôo me amares demais, por contares minhas horas, nas minhas demoras por aí, por ergueres a mão, por bateres em mim

Está naquela idade inquieta e duvidosa,

Que não é dia claro e é já o alvorecer;

Entreaberto botão, entrefechada rosa,

Um pouco de menina e um pouco de mulher.

Às vezes recatada, outras estouvadinha,

Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor;

Tem coisas de criança e modos de mocinha,

Estuda o catecismo e lê versos de amor.

O estupro fetichista de Engraçadinha

E feminicídio, pedofilia, estupro, violência doméstica se mascaram de crimes de amor.

Relações doentias de posse e poder. De dominância e abuso se tornam expressões de amor e desvario. Lolita, A Moreninha de dezesseis anos, Capitu, Desdêmona. Quantas mulheres morrem e morreram na arte e na cultura para nos dizer que o mundo e o amor não são seguros para a mulher. Teresa Batista, Gabriela, e tantas outras. Estupradas ainda pré adolescentes. Meninas pobres. Outras não tão pobres. Casadas ainda púberes com homens muito mais velhos. Outras mortas por ciúme ou por excesso de amor.

Até onde a nossa cultura criou Marias da Penha, Eloás e outras tantas vítimas desse amor destruição que vê no outro objeto e fúria.

Se amor é morte. Esse á o reflexo de uma sociedade profundamente doente nas relações de gênero. Em cada música cantada e ouvida todo dia, quantas mulheres morreram, foram torturadas, ou humilhadas...

chicos, gils, vinícius... quantos gênios torturaram suas mulheres em nome do amor?

Pense nisso ao ligar seu ipod hoje, ao ir ao cinema amanhã, e ao abrir um livro na semana que vem.

Sueli Feliziani

Fonte: https://www.facebook.com/suetiaaquela

Assista a live Vozes dissonantes - com Sueli Feliziani e Angela Natel - https://www.youtube.com/watch?v=RZoAoWxzNT4&t=3700s

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Organizando as ideias...

 


Organizando as idéias para mais uma coluna.

Parece que o romanceamento das relações de poder e violência nas trocas entre os gêneros são uma constante social difícil de quebrar. Motivos? Vários. Mas parece que o reforço cultural é o mais importante dos fatores.

José deixa a brincadeira no domingo, e mata Juliana, e o amigo João na roda gigante por amor

Te perdôo me amares demais, por contares minhas horas, nas minhas demoras por aí, por ergueres a mão, por bateres em mim

Está naquela idade inquieta e duvidosa,

Que não é dia claro e é já o alvorecer;

Entreaberto botão, entrefechada rosa,

Um pouco de menina e um pouco de mulher.

Às vezes recatada, outras estouvadinha,

Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor;

Tem coisas de criança e modos de mocinha,

Estuda o catecismo e lê versos de amor.

O estupro fetichista de Engraçadinha

E feminicídio, pedofilia, estupro, violência doméstica se mascaram de crimes de amor.

Relações doentias de posse e poder. De dominância e abuso se tornam expressões de amor e desvario. Lolita, A Moreninha de dezesseis anos, Capitu, Desdêmona. Quantas mulheres morrem e morreram na arte e na cultura para nos dizer que o mundo e o amor não são seguros para a mulher. Teresa Batista, Gabriela, e tantas outras. Estupradas ainda pré adolescentes. Meninas pobres. Outras não tão pobres. Casadas ainda púberes com homens muito mais velhos. Outras mortas por ciúme ou por excesso de amor.

Até onde a nossa cultura criou Marias da Penha, Eloás e outras tantas vítimas desse amor destruição que vê no outro objeto e fúria.

Se amor é morte. Esse á o reflexo de uma sociedade profundamente doente nas relações de gênero. Em cada música cantada e ouvida todo dia, quantas mulheres morreram, foram torturadas, ou humilhadas...

chicos, gils, vinícius... quantos gênios torturaram suas mulheres em nome do amor?

Pense nisso ao ligar seu ipod hoje, ao ir ao cinema amanhã, e ao abrir um livro na semana que vem.

Sueli Feliziani

Fonte: https://www.facebook.com/suetiaaquela

Assista a live Vozes dissonantes - com Sueli Feliziani e Angela Natel - https://www.youtube.com/watch?v=RZoAoWxzNT4&t=3700s