sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Não vou me contentar

 

Não vou me contentar com o chão raso das redes sociais,
com as respostas e explicações simplistas,
com o acalento do ego.
Não vou alimentar Narciso, muito menos sossegar com as curtidas, os seguidores, os aplausos.
Se eu estivesse aqui para agradar, não seria pesquisadora,
não me aventuraria a ter um diagnóstico,
nem a aprender a me aceitar e me amar,
não escolheria o caminho mais difícil, o de ser fiel à própria consciência,
muito menos mostraria quem sou.
Se estivesse em busca de seguidores,
de dinheiro,
poder,
acataria às palavras dos inúmeros palestrinhas
sem pestanejar,
e ainda agradeceria "a contribuição",
sem nunca me posicionar contra os preconceitos,
os estereótipos,
contra a superficialidade do saber,
contra os "sabe-tudo" da internet,
que apenas repetem as lacrações que ouvem
e se acham o máximo,
se acham no direito de vir tomar satisfações
quando algo que posto desafia o que supostamente sabem,
acham que tenho obrigação de explicar o que posto, gratuitamente.
Não, não estou aqui pra te agradar.
Principalmente porque decidi pôr à prova tudo o que tinha aprendido e fui mais fundo,
porque vivi décadas colocando panos quentes sobre relacionamentos fundamentados na mentira, no abuso, na conveniência, no agradar e sempre sorrir, ainda que situações me deixassem desconfortável, ainda que ultrapassassem limites do respeito, do meu espaço, da minha vontade.
Não vou mais fingir concordar, não vou mais me calar.
E tudo o que ensinei com tanta veemência por décadas, repetindo discursos, dogmas e doutrinas, hoje provoco, ensino, questiono, numa constante desconstrução de mim mesma, com base em pesquisa.
E pesquisa não é um ponto final, absoluto.
É um constante desafiar-se,
uma constante elaboração de tese e antítese,
"até que se prove o contrário".
Estou cansada da superficialidade dessas interações, que se contenta com respostas simplistas, interpretações rasas e condicionadas.
Quero ir mais fundo,
pra poder mudar,
mudar a mim,
a mim somente.
Angela Natel

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Não vou me contentar

 

Não vou me contentar com o chão raso das redes sociais,
com as respostas e explicações simplistas,
com o acalento do ego.
Não vou alimentar Narciso, muito menos sossegar com as curtidas, os seguidores, os aplausos.
Se eu estivesse aqui para agradar, não seria pesquisadora,
não me aventuraria a ter um diagnóstico,
nem a aprender a me aceitar e me amar,
não escolheria o caminho mais difícil, o de ser fiel à própria consciência,
muito menos mostraria quem sou.
Se estivesse em busca de seguidores,
de dinheiro,
poder,
acataria às palavras dos inúmeros palestrinhas
sem pestanejar,
e ainda agradeceria "a contribuição",
sem nunca me posicionar contra os preconceitos,
os estereótipos,
contra a superficialidade do saber,
contra os "sabe-tudo" da internet,
que apenas repetem as lacrações que ouvem
e se acham o máximo,
se acham no direito de vir tomar satisfações
quando algo que posto desafia o que supostamente sabem,
acham que tenho obrigação de explicar o que posto, gratuitamente.
Não, não estou aqui pra te agradar.
Principalmente porque decidi pôr à prova tudo o que tinha aprendido e fui mais fundo,
porque vivi décadas colocando panos quentes sobre relacionamentos fundamentados na mentira, no abuso, na conveniência, no agradar e sempre sorrir, ainda que situações me deixassem desconfortável, ainda que ultrapassassem limites do respeito, do meu espaço, da minha vontade.
Não vou mais fingir concordar, não vou mais me calar.
E tudo o que ensinei com tanta veemência por décadas, repetindo discursos, dogmas e doutrinas, hoje provoco, ensino, questiono, numa constante desconstrução de mim mesma, com base em pesquisa.
E pesquisa não é um ponto final, absoluto.
É um constante desafiar-se,
uma constante elaboração de tese e antítese,
"até que se prove o contrário".
Estou cansada da superficialidade dessas interações, que se contenta com respostas simplistas, interpretações rasas e condicionadas.
Quero ir mais fundo,
pra poder mudar,
mudar a mim,
a mim somente.
Angela Natel