Já caí em inúmeros contos
de fadas:
que conselho era simples de oferecer e não há
risco algum de violentar a vida alheia,
que ser otimista não é ser destrutivo de forma
alguma,
que não há positividade tóxica,
que seus familiares só querem o seu bem,
que erros acontecem, mas que o sistema é bom,
que promessas são feitas para serem cumpridas,
que é só eu tentar, que superarei minhas
limitações,
que as pessoas que falam sobre Jesus sabem realmente
do que falam,
que a mídia informa,
que existem coisas gratuitas na vida,
que posso entender uma pessoa somente pelo que
ela expressa em suas redes sociais,
que preciso ser normal, como todo mundo,
que as pessoas sabem respeitar singularidade,
que ser popular é algo essencialmente bom.
que tudo o que é dito significa exatamente o que
é dito,
que é só querer para estar bem com a família,
que ser gorda é ser doente,
que há pessoas que nos ajudam e não esperam nada
em troca,
que alguém que me ama não vai ser egocêntrica
nem me comparar a outros,
que vivemos numa democracia,
que as leis são justas,
que ninguém está acima da lei,
que violência escandaliza a todos,
que fé é algo racional,
que mitologia serve somente pra explicar coisas,
que quem não sabe interpretar texto na própria
língua sabe interpretar textos da Bíblia,
que direitos humanos não tem ideologia,
que líderes progressistas não são
preconceituosos e intolerantes,
que existe neutralidade,
que é possível mudar um sistema pelo lado de
dentro.
Angela Natel
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