sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Fé alienada

 


Fé alienada

Que não se responsabiliza por nada

Bota tudo na conta de Deus

- ou do diabo.

Deus no controle

Quando o que mais importa é você

Enquanto milhares ao seu redor morrem

O que importa é você.

E quanto aos outros que sofrem

A culpa é da vítima

Que não tem uma fé como a sua

Que é o que importa.

Fé alienada

Que cria seu próprio mundo

Para fugir da realidade

E da responsabilidade.

Fé alienada

Envolvida em frases repetidas

Como um mantra

Pra te fazer esquecer

Que há outros diferentes de você

Que há uma realidade

Que você não quer se mexer pra mudar.

Fé alienada

Que ignora suas incoerências

Que só se preocupa com sua reputação

E com as aparências.

Fé alienada, sim,

Que se omite, que se cala diante da injustiça

Mas se diz profeta e usa Deus pra obter favores

E é incapaz de reconhecer quando machuca outros.

Fé com cheiro de cadáver

De onde quero distância,

Que faz favores e os usa

Para desviar a atenção de sua falta de amor

Fé alienada

Que não expõe outros de um jeito

Mas os expõe de outro

Que não quer admitir.

São palavras vazias

Uma vida de hipocrisia

Um rastro de dor deixado

Por onde seu narcisismo passou.

Fé alienada

Num Deus de barganhas e escolhas aleatórias

Um Deus que está no controle porque é de controle que seus servos gostam, não de solidariedade, responsabilidade e cooperação.

Porque quem tem controle não serve, não tem empatia, não se importa com o outro, não fala ao coração.

 

Angela Natel


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Fé alienada

 


Fé alienada

Que não se responsabiliza por nada

Bota tudo na conta de Deus

- ou do diabo.

Deus no controle

Quando o que mais importa é você

Enquanto milhares ao seu redor morrem

O que importa é você.

E quanto aos outros que sofrem

A culpa é da vítima

Que não tem uma fé como a sua

Que é o que importa.

Fé alienada

Que cria seu próprio mundo

Para fugir da realidade

E da responsabilidade.

Fé alienada

Envolvida em frases repetidas

Como um mantra

Pra te fazer esquecer

Que há outros diferentes de você

Que há uma realidade

Que você não quer se mexer pra mudar.

Fé alienada

Que ignora suas incoerências

Que só se preocupa com sua reputação

E com as aparências.

Fé alienada, sim,

Que se omite, que se cala diante da injustiça

Mas se diz profeta e usa Deus pra obter favores

E é incapaz de reconhecer quando machuca outros.

Fé com cheiro de cadáver

De onde quero distância,

Que faz favores e os usa

Para desviar a atenção de sua falta de amor

Fé alienada

Que não expõe outros de um jeito

Mas os expõe de outro

Que não quer admitir.

São palavras vazias

Uma vida de hipocrisia

Um rastro de dor deixado

Por onde seu narcisismo passou.

Fé alienada

Num Deus de barganhas e escolhas aleatórias

Um Deus que está no controle porque é de controle que seus servos gostam, não de solidariedade, responsabilidade e cooperação.

Porque quem tem controle não serve, não tem empatia, não se importa com o outro, não fala ao coração.

 

Angela Natel