quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Sim, Jesus é amor, mas que tipo de amor seria esse?

 


"Muito se fala que Jesus é amor, mas que amor seria esse?
Não é suficiente falarmos de amor, d bem e d moral descolados das lógicas q os sustentam.
A ideologia monoteísta cristã é essencialmente violenta, pois para se provar q ama o suposto único deus verdadeiro, é preciso q não se possa adorar outros deuses. Aliás, orienta-se que estes sejam combatidos e odiados, como acontece no racismo religioso.
O deus monoteísta é monogâmico, diz sentir ciúme e ira quando seu povo adora outros deuses (I Corintios 10:22).
Sim, Jesus é amor, mas amor a quem se converte à sua ideologia, pois "quem não crer já está condenado ao inferno" (João 3:18).
É mesmo uma escolha livre ser monoteísta cristão quando se é proibido, ameaçado e punido o adorar a outros deuses? É a mesma lógica na monogamia.
Por que os milagres de multiplicação dos pães e da cura das doenças atingiram poucas pessoas e não toda a humanidade?
Sendo deus onipotente, ele teria condições de fazê-lo, então porque não fez?
Aí que entra o livre-arbítrio e a culpa. Se alguém não alcança a cura de suas doenças ou não tem sua fome sanada, é porque lhe faltou fé.
A lógica capitalista empresta do cristianismo a meritocracia. Em ambos sistemas apenas alguns mereciam ter direito a alimentação, moradia, saúde.
A ideologia cristã condiciona suas bênçãos apenas a quem a ela se converte (e olhe lá). Por isso mesmo tendo poder para tal, dentro dessa filosofia, Jesus não acabou com a fome nem com as doenças de todos, apenas daqueles que se "arrependessem".
A lógica do milagre e da exceção fecha bem com o vestibular celeste de Cristo: muitos seriam chamados, mas apenas poucos escolhidos para as disputadas vagas no Reino dos céus.
Nesse sentido, o mundo não precisa de mais amor, não se for esse amor cristão. Quanto menos desse amor, melhor.
Que o bem viver seja coletivo e o acesso ao mínimo não seja condicionado a mérito nenhum.
Não temos que pagar uma dívida inventada para nos causar culpa e auto ódio.
Nem tudo de bom, nem de mal, que nos acontece merecemos, nem tudo tem um motivo e não há para todas as coisas do mundo um propósito humanoterraplanista.
Para nos libertarmos da culpa precisamos nos libertar do mérito."
@genipapos
01/09 às 18h – live “Descatequizar para Descolonizar” – Geni Nuñez: https://www.youtube.com/watch?v=mhtXVH-kO3I




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Sim, Jesus é amor, mas que tipo de amor seria esse?

 


"Muito se fala que Jesus é amor, mas que amor seria esse?
Não é suficiente falarmos de amor, d bem e d moral descolados das lógicas q os sustentam.
A ideologia monoteísta cristã é essencialmente violenta, pois para se provar q ama o suposto único deus verdadeiro, é preciso q não se possa adorar outros deuses. Aliás, orienta-se que estes sejam combatidos e odiados, como acontece no racismo religioso.
O deus monoteísta é monogâmico, diz sentir ciúme e ira quando seu povo adora outros deuses (I Corintios 10:22).
Sim, Jesus é amor, mas amor a quem se converte à sua ideologia, pois "quem não crer já está condenado ao inferno" (João 3:18).
É mesmo uma escolha livre ser monoteísta cristão quando se é proibido, ameaçado e punido o adorar a outros deuses? É a mesma lógica na monogamia.
Por que os milagres de multiplicação dos pães e da cura das doenças atingiram poucas pessoas e não toda a humanidade?
Sendo deus onipotente, ele teria condições de fazê-lo, então porque não fez?
Aí que entra o livre-arbítrio e a culpa. Se alguém não alcança a cura de suas doenças ou não tem sua fome sanada, é porque lhe faltou fé.
A lógica capitalista empresta do cristianismo a meritocracia. Em ambos sistemas apenas alguns mereciam ter direito a alimentação, moradia, saúde.
A ideologia cristã condiciona suas bênçãos apenas a quem a ela se converte (e olhe lá). Por isso mesmo tendo poder para tal, dentro dessa filosofia, Jesus não acabou com a fome nem com as doenças de todos, apenas daqueles que se "arrependessem".
A lógica do milagre e da exceção fecha bem com o vestibular celeste de Cristo: muitos seriam chamados, mas apenas poucos escolhidos para as disputadas vagas no Reino dos céus.
Nesse sentido, o mundo não precisa de mais amor, não se for esse amor cristão. Quanto menos desse amor, melhor.
Que o bem viver seja coletivo e o acesso ao mínimo não seja condicionado a mérito nenhum.
Não temos que pagar uma dívida inventada para nos causar culpa e auto ódio.
Nem tudo de bom, nem de mal, que nos acontece merecemos, nem tudo tem um motivo e não há para todas as coisas do mundo um propósito humanoterraplanista.
Para nos libertarmos da culpa precisamos nos libertar do mérito."
@genipapos
01/09 às 18h – live “Descatequizar para Descolonizar” – Geni Nuñez: https://www.youtube.com/watch?v=mhtXVH-kO3I