domingo, 14 de agosto de 2022

É preciso resistir

 


É preciso resistir e persistir

Por todas as mulheres

Todas, sem exceção.


Porque o terror, o sofrimento,

A violência e a morte

Já ceifou tantas de nós.


É tempo de nos ajudar,

Nos proteger,

Levantarmos umas às outras

De acordo com nossa capacidade.


Somos tão diferentes

E nossa luta deve ser por todes.

Agradeço pelo que tenho aprendido

Pelos caminhos e possibilidades.

Já não me sinto na obrigação

De atender expectativas masculinas

Porque me violentaram a vida toda

De tantas maneiras:

Física, psicológica, patrimonial.

Me excluíram de trabalhos e oportunidades

Porque decidi ser autêntica

E não vender minha consciência.


O patriarcado tira seu dinheiro

Mas não pode lhe roubar sua alma.

Tenta desmoralizar sua reputação

Mas não pode tocar na sua esperança.

É uma questão de sobrevivência.


Sou mulher autista.

Sou eu mesma.

Ainda que tentem me julgar e condenar

Pela estética como agressiva,

Pela falta de tato.

Comparando-me a outros pesquisadores

Tentando me conformar à imagem pré-estabelecida

Ignorando meu trabalho, minhas próprias pesquisas

E conquistas.

Mas é isso que sou

É parte de mim, não é uma doença.

É resistência.


Angela Natel

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É preciso resistir

 


É preciso resistir e persistir

Por todas as mulheres

Todas, sem exceção.


Porque o terror, o sofrimento,

A violência e a morte

Já ceifou tantas de nós.


É tempo de nos ajudar,

Nos proteger,

Levantarmos umas às outras

De acordo com nossa capacidade.


Somos tão diferentes

E nossa luta deve ser por todes.

Agradeço pelo que tenho aprendido

Pelos caminhos e possibilidades.

Já não me sinto na obrigação

De atender expectativas masculinas

Porque me violentaram a vida toda

De tantas maneiras:

Física, psicológica, patrimonial.

Me excluíram de trabalhos e oportunidades

Porque decidi ser autêntica

E não vender minha consciência.


O patriarcado tira seu dinheiro

Mas não pode lhe roubar sua alma.

Tenta desmoralizar sua reputação

Mas não pode tocar na sua esperança.

É uma questão de sobrevivência.


Sou mulher autista.

Sou eu mesma.

Ainda que tentem me julgar e condenar

Pela estética como agressiva,

Pela falta de tato.

Comparando-me a outros pesquisadores

Tentando me conformar à imagem pré-estabelecida

Ignorando meu trabalho, minhas próprias pesquisas

E conquistas.

Mas é isso que sou

É parte de mim, não é uma doença.

É resistência.


Angela Natel