domingo, 19 de junho de 2022

Gordofobia médica

 


"Todo corpo grande é considerado dissidente, ou seja, esta é a margem do que é considerado normal. Esse corpo vivencia uma estigmatização, excluído das relações sociais, porque o corpo maior não corresponde aos atributos e estereótipos considerados naturais, comuns e saudáveis pelo discurso que normatiza o que é bom e mau.
A pessoa gorda vivencia todos os dias e lugares que frequenta o preconceito nas relações socioafetivas. Esses contatos estão carregados de estigma que acaba repetindo a concepção de que todo gordo é preguiçoso, doente, fracassado, desleixado, fraco e muitas outras características que este estigma acaba por definir com o corpo maior.
Os profissionais de saúde prescrevem normas e juízos de valor na maioria das vezes antes mesmo dos exames, ou de pelo menos uma conversa com seu paciente, é como se a pessoa gorda não pudesse falar sobre si mesma.
Esses corpos grandes se tornaram públicos, todos podem tocar, opinar e julgar, principalmente se for um médico. Tenho acompanhado a morte de muitas mulheres gordas que chegam ao consultório com um problema de saúde e o foco passa de suas queixas a gordura, suas dores e sintomas negligenciados, que levaram a paciente ao consultório.
No livro “Sociologia da Obesidade”, Jean Pierre Poulain explica que o problema da “obesidade” tem muita mais haver com o moralismo, do que com saúde e essa relação acaba passando pela reprodução do estigma do corpo gordo na sociedade atual.
Pessoas gordas ainda são consideradas como grandes comedores, que não se controlam, comem o que não é saudável, não fazem exercícios, demonstrando uma interpretação moralista carregada de preconceito. Essa concepção, infelizmente não é diferente entre a comunidade médica.
Dessa maneira, existe uma importância urgente que se entenda os mecanismos dos estigmas construídos sobre o corpo gordo como parte da formação de profissionais da saúde. Já que entender a gordofobia, passa por salvar vidas e valorizar o acesso de todo cidadão á saúde de forma igualitária, sem diferenciações e pré julgamentos"
Fonte: "Gordofobia Médica: a reprodução do estigma social" - 
@malujimenez_

https://www.instagram.com/p/CR9m7IWHCUI/?igshid=MDJmNzVkMjY=


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Gordofobia médica

 


"Todo corpo grande é considerado dissidente, ou seja, esta é a margem do que é considerado normal. Esse corpo vivencia uma estigmatização, excluído das relações sociais, porque o corpo maior não corresponde aos atributos e estereótipos considerados naturais, comuns e saudáveis pelo discurso que normatiza o que é bom e mau.
A pessoa gorda vivencia todos os dias e lugares que frequenta o preconceito nas relações socioafetivas. Esses contatos estão carregados de estigma que acaba repetindo a concepção de que todo gordo é preguiçoso, doente, fracassado, desleixado, fraco e muitas outras características que este estigma acaba por definir com o corpo maior.
Os profissionais de saúde prescrevem normas e juízos de valor na maioria das vezes antes mesmo dos exames, ou de pelo menos uma conversa com seu paciente, é como se a pessoa gorda não pudesse falar sobre si mesma.
Esses corpos grandes se tornaram públicos, todos podem tocar, opinar e julgar, principalmente se for um médico. Tenho acompanhado a morte de muitas mulheres gordas que chegam ao consultório com um problema de saúde e o foco passa de suas queixas a gordura, suas dores e sintomas negligenciados, que levaram a paciente ao consultório.
No livro “Sociologia da Obesidade”, Jean Pierre Poulain explica que o problema da “obesidade” tem muita mais haver com o moralismo, do que com saúde e essa relação acaba passando pela reprodução do estigma do corpo gordo na sociedade atual.
Pessoas gordas ainda são consideradas como grandes comedores, que não se controlam, comem o que não é saudável, não fazem exercícios, demonstrando uma interpretação moralista carregada de preconceito. Essa concepção, infelizmente não é diferente entre a comunidade médica.
Dessa maneira, existe uma importância urgente que se entenda os mecanismos dos estigmas construídos sobre o corpo gordo como parte da formação de profissionais da saúde. Já que entender a gordofobia, passa por salvar vidas e valorizar o acesso de todo cidadão á saúde de forma igualitária, sem diferenciações e pré julgamentos"
Fonte: "Gordofobia Médica: a reprodução do estigma social" - 
@malujimenez_

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