Duas figuras com chifres, aqui descritas como xamãs com
chifres, de Colima, México ocidental, 100-300 EC. Figuras com um chifre, frequentemente
encontradas entre a arte da trompa, foram identificadas pelos historiadores de
arte como guerreiros. Em um artigo de 1965, e em sua dissertação de 1966, Peter
T. Furst apresentou sua teoria inovadora de que a religião xamânica e práticas
xamânicas, semelhantes às documentadas em outras partes das Américas e na Ásia,
eram praticadas nas aldeias do México ocidental. Ele citou como evidência
muitas das figuras que haviam sido rotuladas como "arte popular", e
em particular o "Colima One-Horns". Estes, disse ele, representavam
xamãs e guardiões de túmulos xamânicos. Há controvérsias.
O artigo prossegue, implicando que estas figuras são
masculinas, falando de xamãs-reis. Fez-me ir ver o vestuário deste tempo e
lugar. Pelas evidências, as mulheres usam saias semelhantes a esta, e os homens
são mostrados em tanga, e muitas vezes com cintos grossos. Percebem a
problemática da interpretação de achados arqueológicos quando passam por uma
lente misógina, sem o distanciamento necessário e sem comparar evidências? Por
isso não é apenas uma questão de “olhar e descrever”, tudo passa por uma interpretação.
Daí a necessidade de metodologia e não apenas de repetir informações no estilo “copia
e cola”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário