sexta-feira, 6 de maio de 2022

Marcas nesse tabuleiro

 


Todas as caras que as pessoas fazem

sua atenção e gentileza voltados para mim

será que não passam de jogos de manipulação

para que eu faça o que eles querem?


Será paranóia da minha parte

ou faz parte de seus jogos

as máscaras que usam

e que não sou capaz de decifrar.


Sei que não posso julgar as intenções

e seus sentimentos me são ocultos

mas vejo jogadas ensaiadas

que culminam em um xeque-mate.


As orações que são feitas

que propósito tem?

Me levar a algum lugar

ou me tirar algum bem?


São palavras, gestos e expressões

que me excluem caso não não aceite seu jogo

regras sociais mentirosas

que controlam e mantém o seu posto.


Sim, estou falando do que vejo ao meu redor

das caras e bocas que faça

só para manter meu espaço

e poder sobreviver.


Estou falando das oportunidades perdidas

porque recusei seguir um padrão estético

porque dei minha opinião

e, mesmo dentro da lei, decidi me manifestar.


Estou falando de uma marca que recebi

por ter escolhido a sanidade

e as guerras que irei comprar

enchendo a consciência com a verdade.


Como se não bastasse, inconscientemente,

pedem-me constantemente

para que eu prove quem sou

e o que sou capaz de fazer.


Preciso provar que valorizo o que ganho?

Preciso provar que não sou igual aos outros?

Preciso provar que sou diferente,

que não estou ali para julgar ninguém?


Entristeço, nesse jogo que as pessoas costumam jogar

umas com as outras

e se escrevo sou recriminada

já fui punida, não perco mais nada.


Hoje a dor vem anestesiada

pelos comprimidos e pelo cansaço

porque não tenho

que provar mais nada.


E se nada tenho é porque não quero mais jogar

com essas regras inúteis

esse jogo mesquinho

de máscaras e manipulações.


Pois quem me julga ainda quer controlar

e decidir, e determinar

e é tão infeliz quanto aqueles que já condenou.


Será que essas atitudes ao meu redor

não passam de um joguinho barato

em um tabuleiro de barro

que em breve vai se espatifar?


Angela Natel

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Marcas nesse tabuleiro

 


Todas as caras que as pessoas fazem

sua atenção e gentileza voltados para mim

será que não passam de jogos de manipulação

para que eu faça o que eles querem?


Será paranóia da minha parte

ou faz parte de seus jogos

as máscaras que usam

e que não sou capaz de decifrar.


Sei que não posso julgar as intenções

e seus sentimentos me são ocultos

mas vejo jogadas ensaiadas

que culminam em um xeque-mate.


As orações que são feitas

que propósito tem?

Me levar a algum lugar

ou me tirar algum bem?


São palavras, gestos e expressões

que me excluem caso não não aceite seu jogo

regras sociais mentirosas

que controlam e mantém o seu posto.


Sim, estou falando do que vejo ao meu redor

das caras e bocas que faça

só para manter meu espaço

e poder sobreviver.


Estou falando das oportunidades perdidas

porque recusei seguir um padrão estético

porque dei minha opinião

e, mesmo dentro da lei, decidi me manifestar.


Estou falando de uma marca que recebi

por ter escolhido a sanidade

e as guerras que irei comprar

enchendo a consciência com a verdade.


Como se não bastasse, inconscientemente,

pedem-me constantemente

para que eu prove quem sou

e o que sou capaz de fazer.


Preciso provar que valorizo o que ganho?

Preciso provar que não sou igual aos outros?

Preciso provar que sou diferente,

que não estou ali para julgar ninguém?


Entristeço, nesse jogo que as pessoas costumam jogar

umas com as outras

e se escrevo sou recriminada

já fui punida, não perco mais nada.


Hoje a dor vem anestesiada

pelos comprimidos e pelo cansaço

porque não tenho

que provar mais nada.


E se nada tenho é porque não quero mais jogar

com essas regras inúteis

esse jogo mesquinho

de máscaras e manipulações.


Pois quem me julga ainda quer controlar

e decidir, e determinar

e é tão infeliz quanto aqueles que já condenou.


Será que essas atitudes ao meu redor

não passam de um joguinho barato

em um tabuleiro de barro

que em breve vai se espatifar?


Angela Natel