Na imagem, seis pessoas estão em uma ponte olhando para a água embaixo e dizem: "Então... no final das contas ela não era uma bruxa?"
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Nada mudou. Matamos e depois verificamos se a pessoa era inocente.
Destruímos reputações sem provas.
Falamos mal, excluímos, tiramos oportunidades, competimos, acreditamos em tudo o que dizem sobre as pessoas, rotulamos
"É louca!"
"Herege!"
"Quer aparecer."
"Não tem controle",
"Tem pacto com o diabo."
E falamos, selecionamos, matamos socialmente, financeiramente (porque a pessoa pode perder oportunidades de emprego), emocionalmente e até fisicamente - com base em quê? Dogmas, projeções de nosso moralismo barato, teorias da conspiração, preconceitos...
E agimos como acusadores - diabo - da vida alheia, bem como juízes e algozes. Efetuamos a pena de morte nós mesmos, independentemente se isso nos cabe.
Nos colocamos como Deuses sobre os outros, e ainda somos capazes de dizer que fazemos isso em nome de Deus.
Quanto sangue há em nossas mãos?
Quantos já perderam algo por causa de nossa sede de sangue? De "boa vontade em ajudar"?
Justiceiros que não suportamos a justiça. Porque se justiça fosse o caso, seríamos profetas contra as estruturas de poder, não carrascos dos vulneráveis.
Angela Natel
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