terça-feira, 20 de julho de 2021

Fé alienada

 Fé alienada 

Que não se responsabiliza por nada 

Bota tudo na conta de Deus 

- ou do diabo.


Deus no controle 

Quando o que mais importa é você

Enquanto milhares ao seu redor morrem 

O que importa é você.


E quanto aos outros que sofrem 

A culpa é da vítima 

Que não tem uma fé como a sua 

Que é o que importa.


Fé alienada 

Que cria seu próprio mundo 

Para fugir da realidade 

E da responsabilidade.


Fé alienada 

Envolvida em frases repetidas 

Como um mantra 

Pra te fazer esquecer 

Que há outros diferentes de você 

Que há uma realidade

Que você não quer se mexer pra mudar.



Fé alienada 

Que ignora suas incoerências

Que só se preocupa com sua reputação

E com as aparências.


Fé alienada, sim,

Que se omite, que se cala diante da injustiça

Mas se diz profeta e usa Deus pra obter favores 

E é incapaz de reconhecer quando machuca outros.


Fé com cheiro de cadáver 

De onde quero distância,

Que faz favores e os usa 

Para desviar a atenção de sua falta de amor


Fé alienada

Que não expõe outros de um jeito 

Mas os expõe de outro

Que não quer admitir.


São palavras vazias 

Uma vida de hipocrisia 

Um rastro de dor deixado 

Por onde seu narcisismo passou.

Fé alienada 

Num Deus de barganhas e escolhas aleatórias 

Um Deus que está no controle porque é de controle que seus servos gostam, não de solidariedade, responsabilidade e cooperação.

Porque quem tem controle não serve, não tem empatia, não se importa com o outro, não fala ao coração.


Angela Natel












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Fé alienada

 Fé alienada 

Que não se responsabiliza por nada 

Bota tudo na conta de Deus 

- ou do diabo.


Deus no controle 

Quando o que mais importa é você

Enquanto milhares ao seu redor morrem 

O que importa é você.


E quanto aos outros que sofrem 

A culpa é da vítima 

Que não tem uma fé como a sua 

Que é o que importa.


Fé alienada 

Que cria seu próprio mundo 

Para fugir da realidade 

E da responsabilidade.


Fé alienada 

Envolvida em frases repetidas 

Como um mantra 

Pra te fazer esquecer 

Que há outros diferentes de você 

Que há uma realidade

Que você não quer se mexer pra mudar.



Fé alienada 

Que ignora suas incoerências

Que só se preocupa com sua reputação

E com as aparências.


Fé alienada, sim,

Que se omite, que se cala diante da injustiça

Mas se diz profeta e usa Deus pra obter favores 

E é incapaz de reconhecer quando machuca outros.


Fé com cheiro de cadáver 

De onde quero distância,

Que faz favores e os usa 

Para desviar a atenção de sua falta de amor


Fé alienada

Que não expõe outros de um jeito 

Mas os expõe de outro

Que não quer admitir.


São palavras vazias 

Uma vida de hipocrisia 

Um rastro de dor deixado 

Por onde seu narcisismo passou.

Fé alienada 

Num Deus de barganhas e escolhas aleatórias 

Um Deus que está no controle porque é de controle que seus servos gostam, não de solidariedade, responsabilidade e cooperação.

Porque quem tem controle não serve, não tem empatia, não se importa com o outro, não fala ao coração.


Angela Natel