O reino da
morte estende seus domínios
Através dos
olhos revirados diante da dor,
Da manutenção
de um sistema genocida,
Do dedo
apontado, do cinismo e da ameaça velada.
O reino da
morte mantém-se através da negociação de vidas
Da barganha de
bênçãos e da imposição de dogmas,
Da troca sutil
ou violenta de culturas e religiosidades
Por aquilo que
se ensina como sendo ‘mais aceitável’.
O reino da
morte amplia seus domínios
Em nome de
Deus, da ortodoxia,
Em nome de um
diploma, de reconhecimento,
Financiamento,
em nome da venda da consciência.
O reino da
morte impera
Através do
desprezo pela emergência da vida,
Do pouco caso
que se faz das estruturas que matam
E das
catástrofes que nos são acometidas.
Assim o reino
da morte vence
A cada desprezo
pela vida, pela justiça,
A cada negação
por se render
A cada obstinação
diabólica dos que se dizem portadores da vida.
Angela Natel –
13/03/2021
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