domingo, 7 de fevereiro de 2021

Nosso passo

 

A gente se afasta pra manter a sanidade

E sai de onde está largando tudo para trás

A fim de parar um processo de morte

Do eu, da esperança, da nossa humanidade.

 

A gente para de manter contato

E não fica mais conversando

Com quem só tira sarro da nossa cara

E faz questão de nos manter por baixo

Ridicularizando, chamando a atenção, corrigindo,

Quem não nos trata como gente, com respeito e dignidade.

 

A gente sai de onde é sabotado

Pra não alimentar desejo de vingança nem maldade.

A gente sai de onde percebe que está sendo sugado

Nas energias, no trabalho, no desgaste de dedicação e nenhum reconhecimento.

 

A gente deixa pra trás um casamento abusivo

No qual se viveu todo tipo de violência

E deixa pra trás quem achou que era mentira

E nem se importou com a nossa sobrevivência.

 

A gente larga toda institucionalização da fé

E seu hábito de controlar vidas.

A gente para de defender o indefensável

Prá ajustar o foco do nosso olhar perdido.

 

A gente deixa de responder mensagens

Com perguntas e textos invasivos.

E para de tentar se justificar pros outros

E de tentar provar que merece respeito.

 

A gente não faz mais questão de ganhar uma discussão

Nem de prestar contas pra quem não caminha ao nosso lado.

A gente para de alimentar falsa esperança

De que os hipócritas e incoerentes vão reconhecer seu passo em falso.

 

A gente, finalmente, para de alimentar relação abusiva

Fundamentada em pedidos de perdão que não se responsabilizam pelos danos

Nem que buscam reparação.

A gente desliga o coração de quem só nos mata por dentro

Justificando violência e dor ainda que nos perca aos poucos.

 

Assim a gente segue em busca de paz.

Não tranquilidade, mas paz consigo mesmo.

Não há nada que pague o passo alinhado à consciência

Sem a necessidade de andar mal acompanhado.

 

Angela Natel – 07/02/2021

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Nosso passo

 

A gente se afasta pra manter a sanidade

E sai de onde está largando tudo para trás

A fim de parar um processo de morte

Do eu, da esperança, da nossa humanidade.

 

A gente para de manter contato

E não fica mais conversando

Com quem só tira sarro da nossa cara

E faz questão de nos manter por baixo

Ridicularizando, chamando a atenção, corrigindo,

Quem não nos trata como gente, com respeito e dignidade.

 

A gente sai de onde é sabotado

Pra não alimentar desejo de vingança nem maldade.

A gente sai de onde percebe que está sendo sugado

Nas energias, no trabalho, no desgaste de dedicação e nenhum reconhecimento.

 

A gente deixa pra trás um casamento abusivo

No qual se viveu todo tipo de violência

E deixa pra trás quem achou que era mentira

E nem se importou com a nossa sobrevivência.

 

A gente larga toda institucionalização da fé

E seu hábito de controlar vidas.

A gente para de defender o indefensável

Prá ajustar o foco do nosso olhar perdido.

 

A gente deixa de responder mensagens

Com perguntas e textos invasivos.

E para de tentar se justificar pros outros

E de tentar provar que merece respeito.

 

A gente não faz mais questão de ganhar uma discussão

Nem de prestar contas pra quem não caminha ao nosso lado.

A gente para de alimentar falsa esperança

De que os hipócritas e incoerentes vão reconhecer seu passo em falso.

 

A gente, finalmente, para de alimentar relação abusiva

Fundamentada em pedidos de perdão que não se responsabilizam pelos danos

Nem que buscam reparação.

A gente desliga o coração de quem só nos mata por dentro

Justificando violência e dor ainda que nos perca aos poucos.

 

Assim a gente segue em busca de paz.

Não tranquilidade, mas paz consigo mesmo.

Não há nada que pague o passo alinhado à consciência

Sem a necessidade de andar mal acompanhado.

 

Angela Natel – 07/02/2021