segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Capacitismo

 Não estamos todos no mesmo barco.

Já me falaram que estávamos

Mas dizer isso é fazer vista grossa para os privilégios,

É desrespeitar diferenças, individualidades, diversidades.



Não estamos todos no mesmo barco.

Pessoas com deficiência não são todas iguais.

Autistas entre si mesmos não passam pelas mesmas coisas.

Somos diversos, somos tantos, e temos tantas diferenças.


Então, não estamos todos no mesmo barco

Ainda que essa fala pareça ou tente parecer empática.

Ela esconde um mar de capacitismo

Fazendo de conta que o outro sabe, de fato, o que passamos.


Então não me diga que estamos todos no mesmo barco,

Que sabe o que passo porque tem um parente com algum tipo de deficiência,

Que tem alguma restrição alimentar, e que por isso sabe o que enfrento.

Não use seu capacitismo como máscara de empatia.


Ouça, respeite, não tente ajudar com o que não entende.

Pergunte, não insista, ainda que eu não te responda como você espera.

Então, tratando-me como gente, com respeito, sem ser invasivo, 

Não entenderei sua ‘empatia’ como algo agressivo.


Então não fique preocupado se estou chateada.

Apenas compreenda que não estamos todos no mesmo barco.

Me deixe ser, me aceite como sou

e saiba que não sou igual a você.


Angela Natel

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Capacitismo

 Não estamos todos no mesmo barco.

Já me falaram que estávamos

Mas dizer isso é fazer vista grossa para os privilégios,

É desrespeitar diferenças, individualidades, diversidades.



Não estamos todos no mesmo barco.

Pessoas com deficiência não são todas iguais.

Autistas entre si mesmos não passam pelas mesmas coisas.

Somos diversos, somos tantos, e temos tantas diferenças.


Então, não estamos todos no mesmo barco

Ainda que essa fala pareça ou tente parecer empática.

Ela esconde um mar de capacitismo

Fazendo de conta que o outro sabe, de fato, o que passamos.


Então não me diga que estamos todos no mesmo barco,

Que sabe o que passo porque tem um parente com algum tipo de deficiência,

Que tem alguma restrição alimentar, e que por isso sabe o que enfrento.

Não use seu capacitismo como máscara de empatia.


Ouça, respeite, não tente ajudar com o que não entende.

Pergunte, não insista, ainda que eu não te responda como você espera.

Então, tratando-me como gente, com respeito, sem ser invasivo, 

Não entenderei sua ‘empatia’ como algo agressivo.


Então não fique preocupado se estou chateada.

Apenas compreenda que não estamos todos no mesmo barco.

Me deixe ser, me aceite como sou

e saiba que não sou igual a você.


Angela Natel