quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Coração vendido

 

E, de repente, me dou conta que a verdadeira putaria

Não tem relação alguma com sexo.

Trata-se de coração e alma vendidos

A um sistema de distorção de valores

E de jogos de poder sem nexo.

 

Estou falando de usar outros pra se promover,

De lacrar para lucrar,

De constantemente a si mesmo enaltecer,

E diariamente querer causar.

 

Trata-se de incentivar ranço alheio

E depois sair de bom moço

Como se nada tivesse acontecido.

É botar lenha na fogueira e falar sem freio

Insensível ao toque dado pelo amigo.

 

Pois é, brigar por brigar,

Fazer a caveira alheia

Usar as pautas de palanque

São estratégias bem interessantes

E próprias de quem só quer palco.

 

No final das contas, a gente sai de errado

Sai de inconstante

E quem pede ajuda, sai de intolerante.

Não sobra quase ninguém mais ao lado.

 

De repente, as máscaras caem.

Os alvos das chacotas viram aliados

E a gente percebe que não há nada diferente debaixo do sol.

As próprias atitudes o traem

Viramos gatos escaldados.

 

Não se tratava de acolher aflitos,

Nem de viver pela verdade,

Muito menos era luta contra a institucionalização da fé.

No final da história, a gente perde a amizade

De quem considerava amigo e irmão, até

Nessa putaria de coração vendido.

 

Angela Natel

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Coração vendido

 

E, de repente, me dou conta que a verdadeira putaria

Não tem relação alguma com sexo.

Trata-se de coração e alma vendidos

A um sistema de distorção de valores

E de jogos de poder sem nexo.

 

Estou falando de usar outros pra se promover,

De lacrar para lucrar,

De constantemente a si mesmo enaltecer,

E diariamente querer causar.

 

Trata-se de incentivar ranço alheio

E depois sair de bom moço

Como se nada tivesse acontecido.

É botar lenha na fogueira e falar sem freio

Insensível ao toque dado pelo amigo.

 

Pois é, brigar por brigar,

Fazer a caveira alheia

Usar as pautas de palanque

São estratégias bem interessantes

E próprias de quem só quer palco.

 

No final das contas, a gente sai de errado

Sai de inconstante

E quem pede ajuda, sai de intolerante.

Não sobra quase ninguém mais ao lado.

 

De repente, as máscaras caem.

Os alvos das chacotas viram aliados

E a gente percebe que não há nada diferente debaixo do sol.

As próprias atitudes o traem

Viramos gatos escaldados.

 

Não se tratava de acolher aflitos,

Nem de viver pela verdade,

Muito menos era luta contra a institucionalização da fé.

No final da história, a gente perde a amizade

De quem considerava amigo e irmão, até

Nessa putaria de coração vendido.

 

Angela Natel