domingo, 19 de janeiro de 2020

Socialmente doente

Tem dias que meu pensamento é tão obsessivo que falo, escrevo e posto muita coisa sobre o mesmo assunto.
Tem dias que uma "pequena" circunstância é capaz de me virar do avesso emocionalmente.
E chega momentos em que não consigo falar o que penso e sinto diretamente, preciso escrever, preciso dizer sem palavras audíveis, preciso comunicar.
E o pedido de socorro, o "não", o "você está me machucando" sai de outra forma, sai quebrado, em letras e formações escritas.
Assim, saio por infantil, mentirosa, dissimulada, estranha.
Ainda tem vezes que a ansiedade é tamanha que, ao lecionar a mesma aula pela décima vez a estabilidade emocional se esvai e tenho vontade de chorar.
Tem vezes que não entendo, e a pessoa me explica e explica, e continuo não entendendo, sou prolixa.
E percebo que minha linha de raciocínio é diferente, ouço uma coisa, falo outra e assim sobram desentendimentos.
Como viver socialmente doente numa sociedade que não existe para aceitar o diferente?
E sigo na caminhada, mais só do que acompanhada.
Vamos em frente.
Angela Natel

Nenhum comentário:

Socialmente doente

Tem dias que meu pensamento é tão obsessivo que falo, escrevo e posto muita coisa sobre o mesmo assunto.
Tem dias que uma "pequena" circunstância é capaz de me virar do avesso emocionalmente.
E chega momentos em que não consigo falar o que penso e sinto diretamente, preciso escrever, preciso dizer sem palavras audíveis, preciso comunicar.
E o pedido de socorro, o "não", o "você está me machucando" sai de outra forma, sai quebrado, em letras e formações escritas.
Assim, saio por infantil, mentirosa, dissimulada, estranha.
Ainda tem vezes que a ansiedade é tamanha que, ao lecionar a mesma aula pela décima vez a estabilidade emocional se esvai e tenho vontade de chorar.
Tem vezes que não entendo, e a pessoa me explica e explica, e continuo não entendendo, sou prolixa.
E percebo que minha linha de raciocínio é diferente, ouço uma coisa, falo outra e assim sobram desentendimentos.
Como viver socialmente doente numa sociedade que não existe para aceitar o diferente?
E sigo na caminhada, mais só do que acompanhada.
Vamos em frente.
Angela Natel