terça-feira, 15 de janeiro de 2019
Relacionamento abusivo
Você pode achar isso um exagero, pesado, inapropriado. Mas é exatamente exagero, pesado e inapropriado, em minha opinião, a tendência da maior parte das pessoas, principalmente das que se dizem "espirituais", religiosas, em preferir culpar as mulheres vítimas de violência doméstica.
A gente que explode vira bruxa, louca, descompensada.
Como já cansei desses rótulos, e da mania de ouvirem e acreditarem somente na versão masculina da história, ou na versão de quem, aparentemente, tem algum tipo de poder ou autoridade, prefiro a companhia dos que não se importam em caminhar com gente defeituosa, com a vilã da história.
No final das contas, só Deus sabe as agressões físicas e psicológicas que sofri, de quantas arbitrariedades surgiram daqueles de quem pensei que teria algum tipo de apoio, de quantas oportunidades passaram simplesmente pelo fato de que já me tinham rotulado, pensaram já saber de toda a história.
Infelizmente, até hoje sofro as consequências dos traumas, seja na dificuldade em estabelecer relacionamentos, seja no medo de um simples toque físico, até na constante luta contra a insegurança e a ansiedade. Talvez conviver com a eterna incompreensão dos que me cercam seja o pior dos frutos do casamento abusivo de que me livrei.
Agora, penso eu, a vida é muito curta para me ater às conversas com quem acha que sabe o que me aconteceu somente por ter ouvido o que outros falaram a meu respeito.
Angela Natel
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Relacionamento abusivo
Você pode achar isso um exagero, pesado, inapropriado. Mas é exatamente exagero, pesado e inapropriado, em minha opinião, a tendência da maior parte das pessoas, principalmente das que se dizem "espirituais", religiosas, em preferir culpar as mulheres vítimas de violência doméstica.
A gente que explode vira bruxa, louca, descompensada.
Como já cansei desses rótulos, e da mania de ouvirem e acreditarem somente na versão masculina da história, ou na versão de quem, aparentemente, tem algum tipo de poder ou autoridade, prefiro a companhia dos que não se importam em caminhar com gente defeituosa, com a vilã da história.
No final das contas, só Deus sabe as agressões físicas e psicológicas que sofri, de quantas arbitrariedades surgiram daqueles de quem pensei que teria algum tipo de apoio, de quantas oportunidades passaram simplesmente pelo fato de que já me tinham rotulado, pensaram já saber de toda a história.
Infelizmente, até hoje sofro as consequências dos traumas, seja na dificuldade em estabelecer relacionamentos, seja no medo de um simples toque físico, até na constante luta contra a insegurança e a ansiedade. Talvez conviver com a eterna incompreensão dos que me cercam seja o pior dos frutos do casamento abusivo de que me livrei.
Agora, penso eu, a vida é muito curta para me ater às conversas com quem acha que sabe o que me aconteceu somente por ter ouvido o que outros falaram a meu respeito.
Angela Natel
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