É impressão minha ou é normal esperarem que vc faça o melhor, dê tudo de si mas trabalhe de graça e ainda agradeça caso receba por isso?
É impressão minha ou passei dos limites quando apenas pensei que poderia dizer não ao constatar que teria de dar além do que tenho?
É impressão minha ou sou descartável, e os elogios que recebo na prática não querem dizer nada, apenas aliviam quando fico de mãos vazias, sem direitos, sem chão?
É impressão minha ou me tornei uma obra de consulta para quem precisa de ajuda, mas perfeitamente encaixável numa prateleira quando não solicitada, e ali devo permanecer, calada, para não ocupar espaço indevido?
É impressão minha ou sou ótima amiga quando atendo às solicitações, mas quando dou a entender que preciso de ajuda, que meus serviços custam alguma coisa, sou indelicada, não levada a sério e constrangida por isso?
É impressão minha ou mesmo quando aviso que algo me incomoda sou ignorada, forçada a me ajustar, mas raramente levada em consideração ao solicitar ajuste alheio?
É impressão minha? Trata-se de um mal que alimentei minha vida toda, trabalhando incessantemente, me gastando pelos outros, vivendo para ajudar, complementar, tapar buracos alheios, sem poder esperar nada, tendo ainda que agradecer quando recebo algo por isso ou, recebendo inúmeros elogios e até expressões de culpa quando não recebo, mas essa culpa alheia fica sem produzir mudança alguma na situação?
Fui eu mesma que alimentei tudo isso? Fui eu mesma que criei este monstro que constantemente me consome o fígado, tal qual Prometeu, sem nunca alcançar o descanso da alma?
Trata-se de ingratidão de minha parte ou de alguma espécie de mesquinhez de meu ser ao tentar viver do suor de meu trabalho e esperar realmente que o mínimo de condições de trabalho me sejam garantidos, como a qualquer trabalhador comum?
Será exigir demais de quem se diz meu amigo não querer que eu forneça gratuitamente meus serviços somente pelo fato de que é através deles que estou tentando reconstruir uma vida normal, cuja caracterização ainda me é desconhecida?
Será normal ser constrangida ao esperar pagamento por serviços prestados?
Será normal me sentir usada, abusada e até escravizada, ao ponto de chegar a estar exausta de mês após mês temer não receber pelos serviços prestados e ainda dar inúmeras justificativas por cada frase dita e mal interpretada, por cada olhar tido como estranho ou ameaçador, por cada sorriso torto que dei, por cada preposição mal colocada numa frase ou gesto mal medido numa conversa?
Será normal tudo isso?
Não sei mais o que é normal. Não consigo compreender a situação. Estou esgotada e realmente me sentindo escravizada, sem chão, sem direitos trabalhistas, sem perspectiva e ainda com a impressão que confiei nas pessoas erradas.
Sei até mesmo que colocar essas palavras por escrito pode me custar muito mais caro, mas nem isso me assusta mais. Já espero o pior.
Já tive de fazer empréstimos para cobrir o buraco de erros alheios que voltaram contra mim, justificando-se como se o erro fosse só meu.
Já estou no limite de minhas emoções, à mercê de quem já me deixou na mão mais de uma vez.
Elogios e palavras de sentimento de culpa e amizade são usados e abusados na tentativa de encobrir erros que nunca mudam, situações que permanecem esmagando e escravizando.
Escrevo agora, porque não sei o resultado ainda. Mas como já citado, espero o pior. Já perdi tudo mais de uma vez.
É impressão minha ou passei dos limites quando apenas pensei que poderia dizer não ao constatar que teria de dar além do que tenho?
É impressão minha ou sou descartável, e os elogios que recebo na prática não querem dizer nada, apenas aliviam quando fico de mãos vazias, sem direitos, sem chão?
É impressão minha ou me tornei uma obra de consulta para quem precisa de ajuda, mas perfeitamente encaixável numa prateleira quando não solicitada, e ali devo permanecer, calada, para não ocupar espaço indevido?
É impressão minha ou sou ótima amiga quando atendo às solicitações, mas quando dou a entender que preciso de ajuda, que meus serviços custam alguma coisa, sou indelicada, não levada a sério e constrangida por isso?
É impressão minha ou mesmo quando aviso que algo me incomoda sou ignorada, forçada a me ajustar, mas raramente levada em consideração ao solicitar ajuste alheio?
É impressão minha? Trata-se de um mal que alimentei minha vida toda, trabalhando incessantemente, me gastando pelos outros, vivendo para ajudar, complementar, tapar buracos alheios, sem poder esperar nada, tendo ainda que agradecer quando recebo algo por isso ou, recebendo inúmeros elogios e até expressões de culpa quando não recebo, mas essa culpa alheia fica sem produzir mudança alguma na situação?
Fui eu mesma que alimentei tudo isso? Fui eu mesma que criei este monstro que constantemente me consome o fígado, tal qual Prometeu, sem nunca alcançar o descanso da alma?
Trata-se de ingratidão de minha parte ou de alguma espécie de mesquinhez de meu ser ao tentar viver do suor de meu trabalho e esperar realmente que o mínimo de condições de trabalho me sejam garantidos, como a qualquer trabalhador comum?
Será exigir demais de quem se diz meu amigo não querer que eu forneça gratuitamente meus serviços somente pelo fato de que é através deles que estou tentando reconstruir uma vida normal, cuja caracterização ainda me é desconhecida?
Será normal ser constrangida ao esperar pagamento por serviços prestados?
Será normal me sentir usada, abusada e até escravizada, ao ponto de chegar a estar exausta de mês após mês temer não receber pelos serviços prestados e ainda dar inúmeras justificativas por cada frase dita e mal interpretada, por cada olhar tido como estranho ou ameaçador, por cada sorriso torto que dei, por cada preposição mal colocada numa frase ou gesto mal medido numa conversa?
Será normal tudo isso?
Não sei mais o que é normal. Não consigo compreender a situação. Estou esgotada e realmente me sentindo escravizada, sem chão, sem direitos trabalhistas, sem perspectiva e ainda com a impressão que confiei nas pessoas erradas.
Sei até mesmo que colocar essas palavras por escrito pode me custar muito mais caro, mas nem isso me assusta mais. Já espero o pior.
Já tive de fazer empréstimos para cobrir o buraco de erros alheios que voltaram contra mim, justificando-se como se o erro fosse só meu.
Já estou no limite de minhas emoções, à mercê de quem já me deixou na mão mais de uma vez.
Elogios e palavras de sentimento de culpa e amizade são usados e abusados na tentativa de encobrir erros que nunca mudam, situações que permanecem esmagando e escravizando.
Escrevo agora, porque não sei o resultado ainda. Mas como já citado, espero o pior. Já perdi tudo mais de uma vez.
Angela Natel – 29/08/2014
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