A pior dança da minha vida
(Angela Natel)
(Angela Natel)
Tudo começou com uma dança numa balada em minha casa.
Foi a pior dança da minha vida. Não que eu fosse uma jovem reprimida, minha mãe me apoiava sempre, me fazia ver que meu corpo foi feito prá ser admirado e desejado pelos outros caras. Meu pai? Não vivia mais com a gente há muito tempo, desde que minha mãe o trocou pelo meu tio, autoridade máxima em nosso Estado. Não sei se foi pelo poder ou pelo dinheiro, ou pelos dois.
Foi aí que apareceu o boato espalhado por um maluco, difamando minha família e nos incomodando. Afinal, o que os outros tem a ver com nossas escolhas? Cada um sabe de si, ninguém tem nada a ver com isso.
Então minha mãe, toda cheia de querer mostrar o quanto é descolada, deu a festa em casa no aniversário de meu padrasto e decidiu me fazer estrela. Dancei sensualmente, contagiando e chamando a atenção de todos no salão, até que percebi os olhos de meu padrasto sobre meu corpo. Eu podia sentir o desejo dele me envolvendo e não quis parar, apesar de lá no fundo parecer errado.
Foi aí que ele mandou parar a música e, publicamente, me fez uma proposta: ‘Eu vou te dar o que você pedir por causa dessa dança’.
Eu podia imaginar qualquer coisa, era uma oferta mágica, invejável, sem limites de possibilidades, um sonho para qualquer um. O que eu podia pedir?
Corri para minha mãe, minha guru e amiga, esperançosa por uma idéia que me satisfizesse. Então me surpreendi, quando ela me tocou nas mãos e convenceu-me a pedir, numa bandeja de prata, a cabeça daquele agitador espalhador de boatos que na época se encontrava preso.
A cabeça de um homem? Poder, vingança, emoção, surpresa, e a adrenalina começou a fluir em meu corpo em todo o caminho que fiz ao atravessar o salão para pronunciar minha resposta.
O rosto pálido de meu padrasto selou o destino daquele maluco que um dia decidiu condenar a atitude de minha família. Em seguida, uma bandeja de prata foi trazida com uma cabeça repousada sobre uma poça de sangue, cujo cheiro me embrulhou o estômago. Levei-a à minha mãe, quase correndo, e torcendo para não derrubar em público aquele objeto nojento.
Entreguei a bandeja, mas não tive permissão para me retirar. Ainda havia outras danças, e esperavam que eu continuasse a brilhar.
Foi a pior dança da minha vida. Não que eu fosse uma jovem reprimida, minha mãe me apoiava sempre, me fazia ver que meu corpo foi feito prá ser admirado e desejado pelos outros caras. Meu pai? Não vivia mais com a gente há muito tempo, desde que minha mãe o trocou pelo meu tio, autoridade máxima em nosso Estado. Não sei se foi pelo poder ou pelo dinheiro, ou pelos dois.
Foi aí que apareceu o boato espalhado por um maluco, difamando minha família e nos incomodando. Afinal, o que os outros tem a ver com nossas escolhas? Cada um sabe de si, ninguém tem nada a ver com isso.
Então minha mãe, toda cheia de querer mostrar o quanto é descolada, deu a festa em casa no aniversário de meu padrasto e decidiu me fazer estrela. Dancei sensualmente, contagiando e chamando a atenção de todos no salão, até que percebi os olhos de meu padrasto sobre meu corpo. Eu podia sentir o desejo dele me envolvendo e não quis parar, apesar de lá no fundo parecer errado.
Foi aí que ele mandou parar a música e, publicamente, me fez uma proposta: ‘Eu vou te dar o que você pedir por causa dessa dança’.
Eu podia imaginar qualquer coisa, era uma oferta mágica, invejável, sem limites de possibilidades, um sonho para qualquer um. O que eu podia pedir?
Corri para minha mãe, minha guru e amiga, esperançosa por uma idéia que me satisfizesse. Então me surpreendi, quando ela me tocou nas mãos e convenceu-me a pedir, numa bandeja de prata, a cabeça daquele agitador espalhador de boatos que na época se encontrava preso.
A cabeça de um homem? Poder, vingança, emoção, surpresa, e a adrenalina começou a fluir em meu corpo em todo o caminho que fiz ao atravessar o salão para pronunciar minha resposta.
O rosto pálido de meu padrasto selou o destino daquele maluco que um dia decidiu condenar a atitude de minha família. Em seguida, uma bandeja de prata foi trazida com uma cabeça repousada sobre uma poça de sangue, cujo cheiro me embrulhou o estômago. Levei-a à minha mãe, quase correndo, e torcendo para não derrubar em público aquele objeto nojento.
Entreguei a bandeja, mas não tive permissão para me retirar. Ainda havia outras danças, e esperavam que eu continuasse a brilhar.
Texto Bíblico: Marcos 6:14 a 29
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