sábado, 1 de dezembro de 2018

Criamos monstros para transferir a eles nossas próprias monstruosidades.



Foi a mulher que me deste.
Foi a serpente vil.
Foi da vontade celeste
foi a puta que o pariu.

Foi o diabo que me tentou.
Foi o político que extorquiu.
Foi o juiz que roubou.
Foi o outro que mentiu

Foi ele que começou.
Foi o pastor que mandou.
Foi ela que provocou.
Foi a mídia que divulgou.

Foi o banco que não facilitou.
Foi ela que se perdeu.
Foi o pai, a mãe, que não ensinou.
Foi o outro carro que bateu.

Foi a instituição que errou.
Foi a multa que venceu.
Foi o $ que ele não depositou
Foi o excesso que ele comeu.

Foi o filme que ela assistiu.
Foi a comida que estava estragada.
Foi a música que ela ouviu.
Foi porque ela não estava acostumada.

Foi Judas que traiu.
Foi Pedro que negou.
Foi a Bíblia que proibiu.
Foi Deus que criou.

Assim criamos para nós mesmos
nossos próprios bodes expiatórios
para transferir culpas e medos
mantendo o ciclo acusatório.

Angela Natel - 07/02/2017

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Criamos monstros para transferir a eles nossas próprias monstruosidades.



Foi a mulher que me deste.
Foi a serpente vil.
Foi da vontade celeste
foi a puta que o pariu.

Foi o diabo que me tentou.
Foi o político que extorquiu.
Foi o juiz que roubou.
Foi o outro que mentiu

Foi ele que começou.
Foi o pastor que mandou.
Foi ela que provocou.
Foi a mídia que divulgou.

Foi o banco que não facilitou.
Foi ela que se perdeu.
Foi o pai, a mãe, que não ensinou.
Foi o outro carro que bateu.

Foi a instituição que errou.
Foi a multa que venceu.
Foi o $ que ele não depositou
Foi o excesso que ele comeu.

Foi o filme que ela assistiu.
Foi a comida que estava estragada.
Foi a música que ela ouviu.
Foi porque ela não estava acostumada.

Foi Judas que traiu.
Foi Pedro que negou.
Foi a Bíblia que proibiu.
Foi Deus que criou.

Assim criamos para nós mesmos
nossos próprios bodes expiatórios
para transferir culpas e medos
mantendo o ciclo acusatório.

Angela Natel - 07/02/2017