Uma dor que chegou de
repente
Nem sei de onde veio
Mostra força até quando
respiro.
Uma dor que me parte ao
meio.
O que eu faço com essa dor
Que ora aumenta, ora
diminui?
Onde a deixo para eu me
recompor?
Por que é que nada a dilui?
Se eu pudesse a enveloparia
E mandava prá bem longe
daqui.
Se eu pudesse, a
desintegraria
Essa dor que antes nunca
senti.
Mas percebo que uma dor como
essa,
Física, puramente física
Não me machuca tanto, não me
abala
Essa dor, ainda que me
limite,
Os movimentos, a
concentração,
Não me tira o pensamento,
Nem muda minha razão.
Essa dor não me afasta de
ninguém,
Pelo contrário, me faz
depender,
Essa dor não me causa
impedimento
Na dimensão do ser.
Então, menos mal que seja
essa dor
Que me atinge no momento
Prefiro esta do que a dor do
coração,
De consciência e de
sentimento.
Angela Natel – 08/06/2015.
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