Se me perguntares o que
quero que me faças
Peço que me tires de dentro
de mim
Que cancele a dívida que
sempre me ameaça
Que toda acusação chegue ao
seu fim.
Peço também que me
compreenda e me aceites
Que me abrace nesta solidão.
Que nenhuma suposição a meu
respeito se apresente
Sem que a verdade seja
veiculada em primeira mão.
Quero ser livre em meu
direito de escolher
E preservar as relações com
meus irmãos
Quero viver sem medo e em
paz morrer
Sem mais pesar nem repetir
discursos vãos.
Quero agir em favor do outro
sem nenhum retorno
Ser escritora, e com isso
deixar um legado
Viver com pouco, repartir
muito – seja meu adorno
Misericórdia e justiça –
seja o meu brado.
O que desejo é não ser mais
pressionada
A me casar e enquadrar-me no
sistema
Quero ser, se for prá bem,
só encontrada
por quem buscar o mesmo alvo
sem nenhum dilema.
Que eu tenha sempre mais
livros que sapatos
aprender sempre e, se
possível, ensinar
libertar-me dos venenos dos
boatos
e ir além que qualquer um
possa imaginar.
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