Tirei
a roupa africana
me
virei feito cigana
sem
saber onde parar.
Tirei
a roupa missionária
depois
de cinco malárias
que
afinaram meu andar.
Tirei
a roupa de esposa
pois
casei com uma raposa
que só
me fez chorar.
Tirei
a roupa da Igreja
antes
que eu veja
alguém
me manipular.
Tirei
a roupa da independência
enrolei-me
na carência
prá na
rotina me jogar.
Tirei
a roupa dessa busca
porque
elogio só me custa
dor e
constante pesar.
Agora
eu tiro a última peça
antes
que qualquer um me peça
prá
uma vida normal eu levar.
Angela
Natel - 29/05/2012
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