Prá que construir um prédio
E dar-lhe o nome de Igreja
Se igreja são pessoas de
carne e osso
Que tem o direito de ir e
vir?
Como construir um prédio
Capaz de acolher todas as
pessoas do mundo
Se o Reino de Deus é para
todos
Se Cristo morreu por todos?
Prá quê defender a ideia
De ser a ”maior igreja da
região”
Se igreja, segundo a Bíblia,
é um organismo vivo
Não é uma instituição?
Prá onde estamos caminhando
Repetindo os modelos
medievais
Esquecendo a raiz do que
somos e temos de fazer
Colocando números em rol de
membros como nossos ideais?
Com quem realmente nos
importamos
Quando colocamos um mendigo
prá fora
Prá não perturbar a
programação
Quando não sabemos tratar
bem quem já foi embora?
Como ainda nos isolamos
Com medo de nos
contaminarmos com o ‘mundo’
Se na Bíblia aprendemos que
‘todos pecaram’
Todos já somos contaminados.
De onde vem a ideia de que o
culto e a liturgia
De que os sacramentos e
nossas programações
Podem, de uma forma ou de
outra
Fazer de nós melhores
cristãos?
Será que é possível que nos
arrependamos
Que evangelizemos a Igreja
E nos relacionemos saudavelmente
Com Deus e com o mundo?
Será que os prédios, os
números de discípulos,
Os cultos à (e não de)
oração e ao (e não de) louvor
Os esquemas, a doutrina e a
tradição, os dogmas e o isolamento
Não são suficientes para
aliviar a consciência, pelo menos por enquanto?
Angela Natel – 06/10/2012
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