Qual o seu partido?
Seu lado, sua tendência, sua
pendência?
Nessa nossa luta dialética
de cada dia
Interagindo nas redes, nas
relações
Mostramos nossa verdadeira
face
Antes oculta sob as máscaras
da conveniência.
Então, qual o seu partido?
Seu lado – o que determina
suas escolhas e discursos?
É Batista? Presbiteriano?
Anabatista? Luterano?
Sim, qual o seu partido?
Já que estes, há muito,
deixaram de seguir o original plano.
Como bons brasileiros
seguimos deslumbrados
Com tudo o que procede dos
Estados Unidos da América
E como bons seguidores
pisamos no mesmo caminho
Levantando bandeiras,
Transformando nossos
clubes/igrejas em sedes partidárias
Aonde servimos uma mensagem
não acessível a todos.
Evangelho? Qual deles?
O da Bíblia mal
interpretada, o da bala para quem não se encaixa,
Ou o que serve ao interesse
de alguns?
A escolha é livre, o choro
também.
E como os irmãos do Norte,
seguimos defendendo e
repetindo discurso alheio,
adestrados por porta vozes
vendidos,
prostituídos em sua missão.
A bancada evangélica tem
muitos representantes
espalhados pelas esquinas e
organizações do país.
Segue em seu grito
alucinante
De que é preciso sempre
ganhar
Desumanizar e até matar
Para ser feliz.
De que partido você é?
Batista, Presbiteriano, Anabatista,
Luterano?
Na missão real há rostos,
etnias, diferença,
não bandeiras nacionais - representações
das conquistas coloniais.
Porque na missão real não há
espaço para triunfalismo,
não há chance para
partidarismos denominacionais.
Entretanto, se você não se conformar
Ao padrão desses partidos
Nem se encaixar na visão
desses gritos
Então enxergará a missão
real que se nos foi apresentada.
Fácil é emitirem veredictos
a respeito
Dos que se engajam nessa
missão
sem contexto, sem
conhecimento de causa.
Encaixotando Deus e seus
servos
na imagem criada sistematicamente em suas
mentes e liturgia.
Na missão real você chora,
ri, lamenta, reclama,
porque é feito de carne e
osso, não de ferro.
Alguns missionários já
tentaram suicídio, outros conseguiram,
enquanto os autodenominados
cristãos devoram-se uns aos outros
por causa de seus
posicionamentos, de seu partidarismo
e de seu evangelho, que não
é para todos.
Muitas das vezes, na missão
real,
você tomará decisões sem
muita convicção
de que está fazendo a coisa
certa.
Porque na missão real não há
espaço para triunfalismo,
não há chance para
partidarismos denominacionais.
Nem tudo é preto e branco,
fácil de distinguir.
Na missão real há lágrimas,
tristeza,
decepção e dúvida,
já que todas as certezas
encontram-se na verdade relacional.
E a verdade?
A verdade é uma pessoa,
não uma ideia a ser
defendida com unhas e dentes.
A verdade é testemunhada na
missão,
não provada com argumentos e
ódio.
É por isso que na missão
real
Se tem consciência das
limitações,
É um aprendizado e constante,
diária correção.
Por isso não é mau mudar de
ideia,
parar um pouco, confessar.
Faz bem, faz jus ao nome de
cristão.
Mas o que se vê hoje em dia
é o avesso da real missão:
máscaras por todo lado,
vida colocada numa balança
para ver se é digna de viver
Missionários encaixotados,
podados, chantageados
- caso não se encaixem, só
tem a perder.
Angela Natel – 20/02/2018
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