Na caça às bruxas da Inquisição medieval, você era obrigado a confessar o que você não era tanto quanto o que você era.
No fervor patriótico de Bush contra o Iraque, você era obrigado a pendurar uma bandeirinha americana em casa sob o risco de ser taxado de antiamericano.
Essa confissão histriônica carrega uma outra, a confissão tácita.
No Brasil as coisas também estão assim, dependendo do que vai dizer, você tem que confessar antes "não sou governista".
Numa sociedade com ranços autoritários como a nossa, ou se é uma coisa, ou se é outra. Por isso nossa imprensa sorrateiramente divide o país entre "pró" e "contra" o governo.
Numa sociedade da vigilância, a confissão é mais que necessária.
Portanto, comfesso: não sou governista, nem lulista, nem petista!
E como "não governista", eu pergunto:
O que distingue o direito da barbárie?
O direito do Big Brother?
O direito da arbitrariedade?
O direito da vingança?
O direito da opinião pública?
O direito da prova ilícita?
A justiça é sim um dos pilares do estado democrático de direito.
Por isso, toda arbitrariedade assusta, seja contra quem for.
Nesse torpor em que vivemos, vamos lasseando os contornos dessa democracia. A coisa é sutil. A sutileza é tanta que quando fica flagrante nem nos damos conta.
Aí então a encurralamos: ou é faz-se "justiça" ou defende-se o estado democrático de direito. Quando se opta pela primeira opção em detrimento da segunda, faz uma exceção, ou seja, defendemos a democracia antidemocraticamente. Cria-se assim o Estado de exceção.
Mas nós, na nossa sede de vingança, nem sequer percebemos que a criança está sendo jogada fora com a água da bacia. O que era para percebermos, não percebemos.
Mas quem se importa? Se os fins justificam os meios, quem se importa?
A busca pela justiça só é busca pela justiça se for justa.
Fora isso, cada povo tem a Inquisição que merece.
Dilson Cunha
22.03.16
No fervor patriótico de Bush contra o Iraque, você era obrigado a pendurar uma bandeirinha americana em casa sob o risco de ser taxado de antiamericano.
Essa confissão histriônica carrega uma outra, a confissão tácita.
No Brasil as coisas também estão assim, dependendo do que vai dizer, você tem que confessar antes "não sou governista".
Numa sociedade com ranços autoritários como a nossa, ou se é uma coisa, ou se é outra. Por isso nossa imprensa sorrateiramente divide o país entre "pró" e "contra" o governo.
Numa sociedade da vigilância, a confissão é mais que necessária.
Portanto, comfesso: não sou governista, nem lulista, nem petista!
E como "não governista", eu pergunto:
O que distingue o direito da barbárie?
O direito do Big Brother?
O direito da arbitrariedade?
O direito da vingança?
O direito da opinião pública?
O direito da prova ilícita?
A justiça é sim um dos pilares do estado democrático de direito.
Por isso, toda arbitrariedade assusta, seja contra quem for.
Nesse torpor em que vivemos, vamos lasseando os contornos dessa democracia. A coisa é sutil. A sutileza é tanta que quando fica flagrante nem nos damos conta.
Aí então a encurralamos: ou é faz-se "justiça" ou defende-se o estado democrático de direito. Quando se opta pela primeira opção em detrimento da segunda, faz uma exceção, ou seja, defendemos a democracia antidemocraticamente. Cria-se assim o Estado de exceção.
Mas nós, na nossa sede de vingança, nem sequer percebemos que a criança está sendo jogada fora com a água da bacia. O que era para percebermos, não percebemos.
Mas quem se importa? Se os fins justificam os meios, quem se importa?
A busca pela justiça só é busca pela justiça se for justa.
Fora isso, cada povo tem a Inquisição que merece.
Dilson Cunha
22.03.16
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