18/06/05
A T. marcou para eu ir a uma psicóloga cristã que se dispôs a atender os missionários gratuitamente aos sábados. A S. também ía e eu fui com ela. Como era minha primeira vez com uma psicóloga fiquei apreensiva. Sempre relutei contra esse tipo de tratamento aos problemas da vida, e lá estava eu, esperando para ter uma sessão.
F. é uma pessoa muito querida, que transmite confiança, além de ser afetuosa e interessada
Como era uma sessão com psicóloga, desatei a contar todos os dramas da minha vida, em detalhes, como num desabafo desenfreado, sem medir muito as palavras. Depois de quase uma hora, ela aplicou-me um teste emocional, cujo resultado apontou para uma depressão grave. Fiquei assustada e cheia de auto comiseração, além de fazer a besteira (prá variar) de espalhar para todos a situação.
25/06/05
“Ponto final (Vanessa Pinheiro / Mário Jovita)
Não vou insistir
Ficar implorando
Um carinho teu
Se até o olhar
Estás me negando
Prá que me iludir
Ficar escondendo
Do meu coração
Que o teu amor
Está morrendo
É tão difícil aceitar
Que o jogo acabou
E não deu prá virar
Dói mas preciso entender
Que é melhor para mim
Te esquecer
Não vou mais penar
E ficar chorando
Pois aquela dor
Já desbotou
Vai se apagando
Por que me culpar
E ficar sofrendo?
Tenho que encontrar
Um novo amor
Seguir vivendo
E quando olhar para trás
Ver que o filme foi bom
Mas saiu de cartaz
Vou me lembrar de nós dois
Como um sonho feliz
Que passou.”
O que eu poderia pensar? – foi uma loucura. Fiquei tentando entender, pensar no que dizer, mas não consegui dizer nada. E, quando fui com a L. levar o A.na rodoferroviária, fui a última a me despedir dele, e não consegui segurar as lágrimas, ao ouvir as palavras de ânimo e consolo ainda em seus lábios. Sim, foi um sonho feliz, que passou...
Hoje me arrependo do dia em que pedi ajuda para a T., me arrependo de ter ido a uma sessão com a psicóloga e, principalmente, por ter feito a besteira de confiar em meus colegas, contando-lhes os resultados disso.
Na segunda sessão, após uma dolorosa despedida do A, chorei, desabafei mais um pouco, e compartilhei o cansaço físico que venho sentindo. Nem pensei em comentar que sempre tenho ótimas noites de sono e que nem malária tira o meu apetite. Prá quê? Pois bem, a psicóloga comentou que é necessário eu procurar ajuda psiquiátrica e a possibilidade do uso de algum tipo de medicação.
Novamente fiz a besteira de comentar isso com o pessoal da missão, e só agora me dei conta da prisão na qual me enfiei. Depois de meses sem ler a Bíblia e sem meditar da Palavra de Deus, devendo um monte e sem um tostão na carteira, em pleno fim de curso e recém chegada à missão, de que jeito querem que eu fique? Tranquila, descansada? E ainda ouço o W. me dizendo que se eu negar o tratamento aí é que a diretoria vai dizer que tenho problemas mesmo. Ter pavio curto é doença? Penso que não. E para ser bem sincera, tem gente bem mais doida que eu neste lugar, que não mede atitudes nem palavras para prejudicar propositadamente os outros, isso sim é doença!
O que fazer, Pai? Como sair da situação que eu mesma me enfiei?
Como cumprir o que o Senhor determinou para mim, sem mais envergonhar o Teu Santo Nome? Por favor, Pai, glorifica o Teu nome em minha vida, não permita que eu permaneça longe de Ti, sem esperança e sem socorro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário