quinta-feira, 11 de outubro de 2018

É proibido dar risada - principalmente perto de gente lesada!



Essa eu não podia deixar passar, principalmente porque aconteceu na mesma semana comigo e com minha irmã, em locais diferentes, mas ambos ligados à educação.
Num local onde a educação deve ser promovida, em todos os seus aspectos, não apenas de maneira formal, somos chamadas a atenção por, nada mais, nada menos, que dar risada! Agora é proibido rir, alto (que seja), mesmo em local livre para intervalo?
Me diga onde isso se enquadra, como classificar esse tipo de repreensão, quando um riso é interpretado como conspiração, pré-concebido como ameaça ou incomoda simplesmente porque está ali?
Melhor do que chorar é rir dessa situação, porque não vou deixar de rir por causa da insatisfação alheia, nem deixar de gargalhar em local público só porque os desconfiados de plantão acham que sou perigosa (é bom que achem mesmo). 
Além do mais, mesmo que precise de trabalho, de dinheiro ou coisa assim, não estou presa a uma situação tal que me impeça de seguir adiante, procurar onde eu possa ser livre, e exercer minha liberdade com entusiasmo. Falo em meu nome, mas sei que há muitas pessoas que são reprimidas e se calam, mesmo em seus direitos.
Assumo meu nome 'Sorriso', sob o qual fui carinhosamente batizada por um querido amigo, e mantenho minha posição. 
Deixo aqui registrada minha indignação e discordância de tal ato de repressão, que não passa de despeito e necessidade de controle e poder. Não concordo, não aceito e não admito ser condenada nem reprimida pelo simples ato de sorrir.

Angela Natel - maio 2014

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Somos todos cadelas



Somos todos cadelas
Rosnando a quem se aproxime
Ou ameace nossos interesses.

São planos e bens
Visões do além
Crenças, opções sexuais
Que abraçamos acima de tudo e de todos
E ai de quem fale contra, de quem ouse contrariar
Ai de quem manifeste contrariedade
Ou tente nos questionar.
A sociedade não importa,
Mostramos os dentes
Porque somos cadelas em frente à cria de nossas histórias
São vidas vazias, são outras memórias
Pecado social (injustiça institucionalizada): eu defendo o que é meu
Ai de quem ultrapassar minha fronteira. 
Sou cadela enfurecida, uso a lei a meu favor,
E mesmo quando se manifesta em prol do que lhe é próximo
Ganha IBOPE com isso, alimenta seu ego, planos e labor.
Somos todos cadelas no ninho a rosnar.
Somos todos injustos, cada um buscando seu interesse
Erguendo o punho a praguejar
Contra o diferente, o estranho, aquele que me vem discordar
Não vivemos mais juntos, não nos unimos, não lutamos uns pelos outros.
Somos ingratas cadelas
Preocupados em defender nossos deuses sem nenhuma capacidade de olhar para quem se encontra ao nosso lado, muito menos lhe estender a mão.
Deus não precisa de advogados, não há quem possa defendê-lo. Nunca Ele manifestou desejo de que fôssemos contra os que inventam argumentos para refutar nossa fé. 
Mas como cadelas em torno de nossa cria que nada mais é que um deus inventado que precisa ser defendido, precisa ser ajudado com nossas orações de poder, nos levantamos em fúria, em nossas manifestações e campanhas para desmoralizar aqueles a quem deveríamos amar.
Porque se Deus, a quem precisamos amar acima de todas as coisas, se fez carne, tornando-se um homem, fica evidente que precisamos amar a humanidade – a cara que Deus assumiu.
Mas cadelas não amam. Cadelas agem por instinto, apegadas em seu zelo por sobrevivência. 
Como cadelas vagamos, agarrados em nossas opções sexuais, lutando com unhas e dentes contra os diferentes. Não os amamos, não os recebemos em nossas casas, não os queremos visíveis aos nossos olhos. 
Porque somos cadelas, e certas escolhas ferem nossas convicções. E cadelas não sabem amar. 
Como cadelas gritamos contra os que se entregam a cultos religiosos com os quais não concordamos. São visões diferentes, estranhas, e não pensamos numa possibilidade de convivência pacífica. Porque somos cadelas, tal convivência não interessa, contanto que se defenda somente o que se concorda.
Nossa cria são nossas visões cristalizadas, as condições que impomos aos outros para que se aproximem de nós, os planos dos quais não abrimos mão, as decisões sobre as quais não permitimos questionamento, são nossos preconceitos, os rótulos que colocamos sobre as pessoas. Cada item defendido como se não houvesse outra opção, como se o mundo girasse em torno de nossas cabeças – nos tornamos os deuses de nós mesmos, as cadelas enfurecidas prontas para atacar o primeiro que se atrever a ameaçá-las.
Quando deixarmos de agir como cadelas neste mundo de ninguém, olharemos mais para o outro do que para o próprio umbigo, e o Reino de Deus que é coletivo poderá ser instaurado em pessoas que lutam contra a injustiça, ainda que institucionalizada, buscando a paz e priorizando o pobre, o excluído e o marginalizado, como Jesus fez.
Se não quisermos mudar de atitude, de pensamento, nem de prioridades, não seremos nada além de cadelas numa geração consumista e alienada das consequências do que faz. 
Cadelas egoístas, que usam seus relacionamentos a fim de proteger seus objetivos. 
Cadelas. Nada mais que cadelas.

Angela Natel
29/08/2012


terça-feira, 9 de outubro de 2018

E se eu falhar?



E se eu, por acaso, vir a falhar?
Se, num romper de orgulho deixar de compartilhar
Ou num instante de medo eu me envergonhar?
E se eu, de repente, falhar?
O mesmo sangue que perdoa o pecado
De todas as outras pessoas
Será capaz de me purificar?
E se eu, por um momento cair?
E de modo feroz sucumbir
E gritar ao invés de sorrir?
Se eu, de momento, mentir?
O mesmo perdão me será garantido
Se em confissão meus lábios eu abrir?
E se eu falhar?
Se não ganhar, não conquistar,
Não produzir, não transformar?
E se nada disso der resultado
E meu caráter tudo estragar?
A mesma graça e misericórdia
Que alcançam os outros
Poderão me alcançar?

Angela Natel

domingo, 7 de outubro de 2018

Chamado missionário: necessário para quem?




“Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos.
O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam;
mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos.” (Lc. 17:26 a 29)

“Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas.” (Mt. 14:28)

O mundo que nos cerca constantemente nos faz pensar que estamos vivendo os dias apocalípticos preditos por Jesus na passagem de Lucas acima. Por causa disso, líderes cristãos no mundo todo estão sendo compelidos a pregar mais ousadamente no que diz respeito a desafiar as pessoas (principalmente jovens) para o trabalho missionário. Mas a grande pergunta é: O chamado missionário é necessário para quem?
A televisão é apenas mais um meio de termos as provas do fim de nossos dias. Há guerra e rumores de guerra por todos os lados. Israel (mesmo para quem não dá muita importância para esse país e esse povo) tem chamado a atenção no cenário mundial. A cada dia que passa surge maior necessidade de um líder mundial que unifique o pensamento, a política e a economia do mundo a fim de salvar o que sobrou da humanidade. Estamos presenciando um caos generalizado. O mundo precisa de ajuda.
Como nos dias de Noé e de Ló assistimos inquietos a depravação humana mobilizada em atos públicos a influenciar gratuitamente nossos filhos. Perdemos, como Igreja, muitas vezes o sono e a voz ao tentar mudar o destino de nossa cidade, nossa nação, na esperança de ser “uma voz que clama no deserto”, como foi a voz de Noé e a voz de Abraão – o intercessor (Gn. 18) na época de Ló. Mas o que tememos nos sobrevém: poucos ouvem, e a história se repete. A Igreja precisa ser ouvida.
É por isso que surge, entre os líderes que se chamam pelo nome do Senhor, um clamor dentro das Igrejas, desafiando aqueles cujo coração arde pela transformação de nossa geração. São os apelos missionários – desafios para as pessoas (principalmente aqueles de quem se espera que vivam mais – os jovens) abrirem mão de suas famílias, seus bens e seu conforto a fim de seguir para um lugar onde a necessidade da Palavra de Deus e da pregação do Evangelho se mostre mais urgente. Com isso, nossas igrejas têm assumido uma responsabilidade há muito esquecida – a de ser testemunha simultaneamente “ tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia, Samaria, até os confins da terra” (At. 1:8). Os cristãos precisam obedecer.
A partir disso, temos três personagens em nossa história do fim: o mundo afundado no pecado, a Igreja cristã como um todo e, em terceiro lugar, individualmente, cada cristão. Quem precisa desesperadamente que haja um chamado missionário? Quem precisa desse chamado?
Nos anos que o Senhor tem me dado de preparo e tantas experiências dentro e fora do Brasil, sou constrangida a dizer que quem mais precisa da urgência de um chamado sou eu, individualmente, como cristã. 
O mundo não precisa de nós. O mundo precisa de Jesus, e Ele mesmo pode Se revelar sobrenaturalmente aos perdidos, como já fez em várias ocasiões. A Igreja como um todo não precisa ser bem sucedida em seus gritos de “Arrependam-se”. Sucesso nunca foi uma questão no Reino de Deus, fidelidade sim. 
Então resta cada um de nós, cristãos, que afirmamos ter um único Senhor, Jesus, como Rei e dono de nossas vidas. Nós sim, precisamos desesperadamente de um chamado, como Pedro dentro daquele barco no meio da madrugada, a dizer: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas” (Mt. 14:28), nós precisamos urgentemente do chamado do Senhor. Precisamos desse chamado, não para fazer um favor para Deus, nem para o mundo, nem aliviar a consciência de nossos líderes ou Igrejas, mas precisamos desse chamado para, como Pedro, reconhecer quem é o Senhor no meio de tudo o que nos cerca.
Como nos dias de Noé ou nos dias de Ló, tudo ao redor deles cheirava maldade e engano, era difícil perceber a ação soberana de Deus ou mesmo reconhecer quem Deus era a despeito de toda aquela realidade. E, na madrugada dentro do barco, Pedro sentiu a necessidade de reconhecer Jesus a despeito da escuridão que o cercava. Ele precisava de um chamado, precisava de um chamado para ir ao encontro de Jesus, e tocá-lO.
Hoje, mais do que em qualquer época de minha vida, percebo o quanto o chamado missionário vem cumprir seu propósito quando, em meio a tudo o que me parece estranho, vejo Jesus como nunca O vi antes, o conheço de uma forma que em lugar nenhum no mundo eu poderia conhecê-lO, vejo-O ao andar sobre as águas, ao sair do meu barco, vencer meus medos e responder Seu chamado. 
É disso que, como cristãos, precisamos. O mundo não precisa de nós, Deus mesmo não precisa de nós, nós é que precisamos desse chamado do Senhor. Por isso eu desafio você a se colocar diante do Filho de Deus hoje e dizer como Pedro: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas”, para onde for, da maneira que for, mostra-me o teu chamado para mim, e eu irei te encontrar lá.

Angela Natel
14/11/06 – Tete – Moçambique

sábado, 6 de outubro de 2018

Farisaísmo e o fantasma do quarto 23






Iniciei minhas atividades no segundo ano da faculdade de teologia com a proposta de estagiar num lar para idosos todas as terças feiras pela manhã. O trabalho é simples, de capelania, através do qual eu e mais duas colegas somos desafiadas no contato com as mais diversas necessidades humanas.
Dentro desse ambiente, não pude deixar de notar painéis eletrônicos espalhados pelas dependências principais do lar. Já em meu segundo dia de estágio, percebi que todos piscavam continuamente o número 23. Ao indagar o significado disso, foi-me dito que a finalidade dos painéis era de avisar um morador com necessidades urgentes, chamando enfermeiros. Como o número permanecia piscando por mais de meia hora e nada se fazia, decidimos ir verificar a necessidade do morador do quarto 23.
Qual não foi a nossa surpresa quando nos deparamos com um quarto trancado, vazio. Lá estava uma incógnita. Já que não havia ninguém, por que o painel permanecia piscando esse número?
Interessante notar que a nossa conclusão foi imediata: havia um mal contato nos fios, que mantinha o painel conectado ao quarto 23. Depois virou piada entre as estagiárias, o ‘fantasma do quarto 23’, que usamos com algumas enfermeiras mais tarde, para descontrair.
No mundo natural é muito fácil nos desvencilharmos das aparências para buscar uma explicação mais aprofundada para determinada situação. Parece que o mundo está muito melhor preparado para ir além da superfície do que muitos cristãos.
Jesus abordou o problema da superficialidade em Mateus 23, quando confrontou as multidões a respeito da religiosidade:

1 Então falou Jesus às multidões e aos seus discípulos, dizendo:
2 Na cadeira de Moisés se assentam os escribas e fariseus.
3 Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam.
4 Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.
5 Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam os seus filactérios, e aumentam as franjas dos seus mantos;
6 gostam do primeiro lugar nos banquetes, das primeiras cadeiras nas sinagogas,
7 das saudações nas praças, e de serem chamados pelos homens: Rabi.
8 Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi; porque um só é o vosso Mestre, e todos vós sois irmãos.
9 E a ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque um só é o vosso Pai, aquele que está nos céus.
10 Nem queirais ser chamados guias; porque um só é o vosso Guia, que é o Cristo.
11 Mas o maior dentre vós há de ser vosso servo.
12 Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado.
13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar.
14 [Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação.]
15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós.
16 Ai de vós, guias cegos! que dizeis: Quem jurar pelo ouro do santuário, esse fica obrigado ao que jurou.
17 Insensatos e cegos! Pois qual é o maior; o ouro, ou o santuário que santifica o ouro?
18 E: Quem jurar pelo altar, isso nada é; mas quem jurar pela oferta que está sobre o altar, esse fica obrigado ao que jurou.
19 Cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta?
20 Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo quanto sobre ele está;
21 e quem jurar pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita;
22 e quem jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está assentado.
23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas.
24 Guias cegos! que coais um mosquito, e engulis um camelo.
25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança.
26 Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo.
27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.
28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.
29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos,
30 e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido cúmplices no derramar o sangue dos profetas.
31 Assim, vós testemunhais contra vós mesmos que sois filhos daqueles que mataram os profetas.
32 Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.
33 Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?
34 Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas: e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros os perseguireis de cidade em cidade;
35 para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar.
36 Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração.
37 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste!
38 Eis aí abandonada vos é a vossa casa.
39 Pois eu vos declaro que desde agora de modo nenhum me vereis, até que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.

Quando Jesus aborda os princípios que agradam a Deus, deixa bem claro que a superficialidade da religião é inútil diante do verdadeiro arrependimento. Sinais externos piscando necessidades da carne, fazendo barulho e chamando a atenção, não representam um verdadeiro relacionamento com Deus e comprometimento com a verdade.
À medida em que nos aproximamos cada vez mais da vida que há em Cristo Jesus e nos submetemos a conhecer cada vez mais Suas Palavras (sem achar que nosso conhecimento básico e superficial vai nos projetar automaticamente para dentro do Reino de Deus), vamos sendo trabalhados em nosso caráter e prioridades.
Precisamos parar de julgar as pessoas pelo que achamos certo ou errado, precisamos parar de piscar nossos sinais de alerta quando uma imagem não se encaixa em nosso padrão de religiosidade. Precisamos deixar de lado essa constante mania que temos de rotular aqueles que nos rodeiam e parar de construir muros ao invés de derrubá-los.
A Igreja é para todos, assim como Jesus veio para os doentes e pecadores. O que a Bíblia deixa em aberto não deve ser a base de nossa fé e relacionamento mútuo. Somos chamados a desmascarar esse fantasma da religiosidade em nosso meio.
Um sepulcro caiado (pintado de cal – branquinho por fora, mas cheio de podridão por dentro) é como o fantasma do quarto 23 – aparenta uma coisa, mas não passa de um quarto vazio com problemas técnicos.

Angela Natel

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Inbox



There is a message for you
Somewhere out there.
You can find it if you seek
In the right places, from your heart.

You can check on your voicemail
To try to understand.
You can read it and do it right
If you’re ready to be in charge.

Don’t be afraid about the subject
Cause if you received, you're able to fulfill.
Don't be scared about the challenge
The light will shine if you just turn it on.

There is only one message for you
Where it is less expected
To teach you how to walk by faith
Through the darkness of this evil age.

Angela Natel – 31/12/2014

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Preço



Disseram-me para ficar à vontade
Mostrar quem sou e escolher.
Quiseram ver a outra metade
Aquela que tentei esconder.

Disseram que tudo era meu
Desde que pudesse pagar
Insistiram, até que o cansaço venceu
E não pude deixar de falar.

Assim que mostrei opinião
E minha face revelei
Perdi de todo o meu chão
Um gancho de esquerda levei.

Apesar de palavras bonitas
E um sorriso dissimulado
vi-me só e arrependida
foi-se quem estava ao meu lado.

Liberdade tem um preço
Que poucos querem pagar.
Viraram-me do avesso
Esqueceram-se de amar.

Angela Natel – 31/12/2014.

É proibido dar risada - principalmente perto de gente lesada!



Essa eu não podia deixar passar, principalmente porque aconteceu na mesma semana comigo e com minha irmã, em locais diferentes, mas ambos ligados à educação.
Num local onde a educação deve ser promovida, em todos os seus aspectos, não apenas de maneira formal, somos chamadas a atenção por, nada mais, nada menos, que dar risada! Agora é proibido rir, alto (que seja), mesmo em local livre para intervalo?
Me diga onde isso se enquadra, como classificar esse tipo de repreensão, quando um riso é interpretado como conspiração, pré-concebido como ameaça ou incomoda simplesmente porque está ali?
Melhor do que chorar é rir dessa situação, porque não vou deixar de rir por causa da insatisfação alheia, nem deixar de gargalhar em local público só porque os desconfiados de plantão acham que sou perigosa (é bom que achem mesmo). 
Além do mais, mesmo que precise de trabalho, de dinheiro ou coisa assim, não estou presa a uma situação tal que me impeça de seguir adiante, procurar onde eu possa ser livre, e exercer minha liberdade com entusiasmo. Falo em meu nome, mas sei que há muitas pessoas que são reprimidas e se calam, mesmo em seus direitos.
Assumo meu nome 'Sorriso', sob o qual fui carinhosamente batizada por um querido amigo, e mantenho minha posição. 
Deixo aqui registrada minha indignação e discordância de tal ato de repressão, que não passa de despeito e necessidade de controle e poder. Não concordo, não aceito e não admito ser condenada nem reprimida pelo simples ato de sorrir.

Angela Natel - maio 2014

Somos todos cadelas



Somos todos cadelas
Rosnando a quem se aproxime
Ou ameace nossos interesses.

São planos e bens
Visões do além
Crenças, opções sexuais
Que abraçamos acima de tudo e de todos
E ai de quem fale contra, de quem ouse contrariar
Ai de quem manifeste contrariedade
Ou tente nos questionar.
A sociedade não importa,
Mostramos os dentes
Porque somos cadelas em frente à cria de nossas histórias
São vidas vazias, são outras memórias
Pecado social (injustiça institucionalizada): eu defendo o que é meu
Ai de quem ultrapassar minha fronteira. 
Sou cadela enfurecida, uso a lei a meu favor,
E mesmo quando se manifesta em prol do que lhe é próximo
Ganha IBOPE com isso, alimenta seu ego, planos e labor.
Somos todos cadelas no ninho a rosnar.
Somos todos injustos, cada um buscando seu interesse
Erguendo o punho a praguejar
Contra o diferente, o estranho, aquele que me vem discordar
Não vivemos mais juntos, não nos unimos, não lutamos uns pelos outros.
Somos ingratas cadelas
Preocupados em defender nossos deuses sem nenhuma capacidade de olhar para quem se encontra ao nosso lado, muito menos lhe estender a mão.
Deus não precisa de advogados, não há quem possa defendê-lo. Nunca Ele manifestou desejo de que fôssemos contra os que inventam argumentos para refutar nossa fé. 
Mas como cadelas em torno de nossa cria que nada mais é que um deus inventado que precisa ser defendido, precisa ser ajudado com nossas orações de poder, nos levantamos em fúria, em nossas manifestações e campanhas para desmoralizar aqueles a quem deveríamos amar.
Porque se Deus, a quem precisamos amar acima de todas as coisas, se fez carne, tornando-se um homem, fica evidente que precisamos amar a humanidade – a cara que Deus assumiu.
Mas cadelas não amam. Cadelas agem por instinto, apegadas em seu zelo por sobrevivência. 
Como cadelas vagamos, agarrados em nossas opções sexuais, lutando com unhas e dentes contra os diferentes. Não os amamos, não os recebemos em nossas casas, não os queremos visíveis aos nossos olhos. 
Porque somos cadelas, e certas escolhas ferem nossas convicções. E cadelas não sabem amar. 
Como cadelas gritamos contra os que se entregam a cultos religiosos com os quais não concordamos. São visões diferentes, estranhas, e não pensamos numa possibilidade de convivência pacífica. Porque somos cadelas, tal convivência não interessa, contanto que se defenda somente o que se concorda.
Nossa cria são nossas visões cristalizadas, as condições que impomos aos outros para que se aproximem de nós, os planos dos quais não abrimos mão, as decisões sobre as quais não permitimos questionamento, são nossos preconceitos, os rótulos que colocamos sobre as pessoas. Cada item defendido como se não houvesse outra opção, como se o mundo girasse em torno de nossas cabeças – nos tornamos os deuses de nós mesmos, as cadelas enfurecidas prontas para atacar o primeiro que se atrever a ameaçá-las.
Quando deixarmos de agir como cadelas neste mundo de ninguém, olharemos mais para o outro do que para o próprio umbigo, e o Reino de Deus que é coletivo poderá ser instaurado em pessoas que lutam contra a injustiça, ainda que institucionalizada, buscando a paz e priorizando o pobre, o excluído e o marginalizado, como Jesus fez.
Se não quisermos mudar de atitude, de pensamento, nem de prioridades, não seremos nada além de cadelas numa geração consumista e alienada das consequências do que faz. 
Cadelas egoístas, que usam seus relacionamentos a fim de proteger seus objetivos. 
Cadelas. Nada mais que cadelas.

Angela Natel
29/08/2012


E se eu falhar?



E se eu, por acaso, vir a falhar?
Se, num romper de orgulho deixar de compartilhar
Ou num instante de medo eu me envergonhar?
E se eu, de repente, falhar?
O mesmo sangue que perdoa o pecado
De todas as outras pessoas
Será capaz de me purificar?
E se eu, por um momento cair?
E de modo feroz sucumbir
E gritar ao invés de sorrir?
Se eu, de momento, mentir?
O mesmo perdão me será garantido
Se em confissão meus lábios eu abrir?
E se eu falhar?
Se não ganhar, não conquistar,
Não produzir, não transformar?
E se nada disso der resultado
E meu caráter tudo estragar?
A mesma graça e misericórdia
Que alcançam os outros
Poderão me alcançar?

Angela Natel

Chamado missionário: necessário para quem?




“Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos.
O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam;
mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos.” (Lc. 17:26 a 29)

“Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas.” (Mt. 14:28)

O mundo que nos cerca constantemente nos faz pensar que estamos vivendo os dias apocalípticos preditos por Jesus na passagem de Lucas acima. Por causa disso, líderes cristãos no mundo todo estão sendo compelidos a pregar mais ousadamente no que diz respeito a desafiar as pessoas (principalmente jovens) para o trabalho missionário. Mas a grande pergunta é: O chamado missionário é necessário para quem?
A televisão é apenas mais um meio de termos as provas do fim de nossos dias. Há guerra e rumores de guerra por todos os lados. Israel (mesmo para quem não dá muita importância para esse país e esse povo) tem chamado a atenção no cenário mundial. A cada dia que passa surge maior necessidade de um líder mundial que unifique o pensamento, a política e a economia do mundo a fim de salvar o que sobrou da humanidade. Estamos presenciando um caos generalizado. O mundo precisa de ajuda.
Como nos dias de Noé e de Ló assistimos inquietos a depravação humana mobilizada em atos públicos a influenciar gratuitamente nossos filhos. Perdemos, como Igreja, muitas vezes o sono e a voz ao tentar mudar o destino de nossa cidade, nossa nação, na esperança de ser “uma voz que clama no deserto”, como foi a voz de Noé e a voz de Abraão – o intercessor (Gn. 18) na época de Ló. Mas o que tememos nos sobrevém: poucos ouvem, e a história se repete. A Igreja precisa ser ouvida.
É por isso que surge, entre os líderes que se chamam pelo nome do Senhor, um clamor dentro das Igrejas, desafiando aqueles cujo coração arde pela transformação de nossa geração. São os apelos missionários – desafios para as pessoas (principalmente aqueles de quem se espera que vivam mais – os jovens) abrirem mão de suas famílias, seus bens e seu conforto a fim de seguir para um lugar onde a necessidade da Palavra de Deus e da pregação do Evangelho se mostre mais urgente. Com isso, nossas igrejas têm assumido uma responsabilidade há muito esquecida – a de ser testemunha simultaneamente “ tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia, Samaria, até os confins da terra” (At. 1:8). Os cristãos precisam obedecer.
A partir disso, temos três personagens em nossa história do fim: o mundo afundado no pecado, a Igreja cristã como um todo e, em terceiro lugar, individualmente, cada cristão. Quem precisa desesperadamente que haja um chamado missionário? Quem precisa desse chamado?
Nos anos que o Senhor tem me dado de preparo e tantas experiências dentro e fora do Brasil, sou constrangida a dizer que quem mais precisa da urgência de um chamado sou eu, individualmente, como cristã. 
O mundo não precisa de nós. O mundo precisa de Jesus, e Ele mesmo pode Se revelar sobrenaturalmente aos perdidos, como já fez em várias ocasiões. A Igreja como um todo não precisa ser bem sucedida em seus gritos de “Arrependam-se”. Sucesso nunca foi uma questão no Reino de Deus, fidelidade sim. 
Então resta cada um de nós, cristãos, que afirmamos ter um único Senhor, Jesus, como Rei e dono de nossas vidas. Nós sim, precisamos desesperadamente de um chamado, como Pedro dentro daquele barco no meio da madrugada, a dizer: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas” (Mt. 14:28), nós precisamos urgentemente do chamado do Senhor. Precisamos desse chamado, não para fazer um favor para Deus, nem para o mundo, nem aliviar a consciência de nossos líderes ou Igrejas, mas precisamos desse chamado para, como Pedro, reconhecer quem é o Senhor no meio de tudo o que nos cerca.
Como nos dias de Noé ou nos dias de Ló, tudo ao redor deles cheirava maldade e engano, era difícil perceber a ação soberana de Deus ou mesmo reconhecer quem Deus era a despeito de toda aquela realidade. E, na madrugada dentro do barco, Pedro sentiu a necessidade de reconhecer Jesus a despeito da escuridão que o cercava. Ele precisava de um chamado, precisava de um chamado para ir ao encontro de Jesus, e tocá-lO.
Hoje, mais do que em qualquer época de minha vida, percebo o quanto o chamado missionário vem cumprir seu propósito quando, em meio a tudo o que me parece estranho, vejo Jesus como nunca O vi antes, o conheço de uma forma que em lugar nenhum no mundo eu poderia conhecê-lO, vejo-O ao andar sobre as águas, ao sair do meu barco, vencer meus medos e responder Seu chamado. 
É disso que, como cristãos, precisamos. O mundo não precisa de nós, Deus mesmo não precisa de nós, nós é que precisamos desse chamado do Senhor. Por isso eu desafio você a se colocar diante do Filho de Deus hoje e dizer como Pedro: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas”, para onde for, da maneira que for, mostra-me o teu chamado para mim, e eu irei te encontrar lá.

Angela Natel
14/11/06 – Tete – Moçambique

Farisaísmo e o fantasma do quarto 23






Iniciei minhas atividades no segundo ano da faculdade de teologia com a proposta de estagiar num lar para idosos todas as terças feiras pela manhã. O trabalho é simples, de capelania, através do qual eu e mais duas colegas somos desafiadas no contato com as mais diversas necessidades humanas.
Dentro desse ambiente, não pude deixar de notar painéis eletrônicos espalhados pelas dependências principais do lar. Já em meu segundo dia de estágio, percebi que todos piscavam continuamente o número 23. Ao indagar o significado disso, foi-me dito que a finalidade dos painéis era de avisar um morador com necessidades urgentes, chamando enfermeiros. Como o número permanecia piscando por mais de meia hora e nada se fazia, decidimos ir verificar a necessidade do morador do quarto 23.
Qual não foi a nossa surpresa quando nos deparamos com um quarto trancado, vazio. Lá estava uma incógnita. Já que não havia ninguém, por que o painel permanecia piscando esse número?
Interessante notar que a nossa conclusão foi imediata: havia um mal contato nos fios, que mantinha o painel conectado ao quarto 23. Depois virou piada entre as estagiárias, o ‘fantasma do quarto 23’, que usamos com algumas enfermeiras mais tarde, para descontrair.
No mundo natural é muito fácil nos desvencilharmos das aparências para buscar uma explicação mais aprofundada para determinada situação. Parece que o mundo está muito melhor preparado para ir além da superfície do que muitos cristãos.
Jesus abordou o problema da superficialidade em Mateus 23, quando confrontou as multidões a respeito da religiosidade:

1 Então falou Jesus às multidões e aos seus discípulos, dizendo:
2 Na cadeira de Moisés se assentam os escribas e fariseus.
3 Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam.
4 Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.
5 Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam os seus filactérios, e aumentam as franjas dos seus mantos;
6 gostam do primeiro lugar nos banquetes, das primeiras cadeiras nas sinagogas,
7 das saudações nas praças, e de serem chamados pelos homens: Rabi.
8 Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi; porque um só é o vosso Mestre, e todos vós sois irmãos.
9 E a ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque um só é o vosso Pai, aquele que está nos céus.
10 Nem queirais ser chamados guias; porque um só é o vosso Guia, que é o Cristo.
11 Mas o maior dentre vós há de ser vosso servo.
12 Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado.
13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar.
14 [Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação.]
15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós.
16 Ai de vós, guias cegos! que dizeis: Quem jurar pelo ouro do santuário, esse fica obrigado ao que jurou.
17 Insensatos e cegos! Pois qual é o maior; o ouro, ou o santuário que santifica o ouro?
18 E: Quem jurar pelo altar, isso nada é; mas quem jurar pela oferta que está sobre o altar, esse fica obrigado ao que jurou.
19 Cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta?
20 Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo quanto sobre ele está;
21 e quem jurar pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita;
22 e quem jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está assentado.
23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas.
24 Guias cegos! que coais um mosquito, e engulis um camelo.
25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança.
26 Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo.
27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.
28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.
29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos,
30 e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido cúmplices no derramar o sangue dos profetas.
31 Assim, vós testemunhais contra vós mesmos que sois filhos daqueles que mataram os profetas.
32 Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.
33 Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?
34 Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas: e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros os perseguireis de cidade em cidade;
35 para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar.
36 Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração.
37 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste!
38 Eis aí abandonada vos é a vossa casa.
39 Pois eu vos declaro que desde agora de modo nenhum me vereis, até que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.

Quando Jesus aborda os princípios que agradam a Deus, deixa bem claro que a superficialidade da religião é inútil diante do verdadeiro arrependimento. Sinais externos piscando necessidades da carne, fazendo barulho e chamando a atenção, não representam um verdadeiro relacionamento com Deus e comprometimento com a verdade.
À medida em que nos aproximamos cada vez mais da vida que há em Cristo Jesus e nos submetemos a conhecer cada vez mais Suas Palavras (sem achar que nosso conhecimento básico e superficial vai nos projetar automaticamente para dentro do Reino de Deus), vamos sendo trabalhados em nosso caráter e prioridades.
Precisamos parar de julgar as pessoas pelo que achamos certo ou errado, precisamos parar de piscar nossos sinais de alerta quando uma imagem não se encaixa em nosso padrão de religiosidade. Precisamos deixar de lado essa constante mania que temos de rotular aqueles que nos rodeiam e parar de construir muros ao invés de derrubá-los.
A Igreja é para todos, assim como Jesus veio para os doentes e pecadores. O que a Bíblia deixa em aberto não deve ser a base de nossa fé e relacionamento mútuo. Somos chamados a desmascarar esse fantasma da religiosidade em nosso meio.
Um sepulcro caiado (pintado de cal – branquinho por fora, mas cheio de podridão por dentro) é como o fantasma do quarto 23 – aparenta uma coisa, mas não passa de um quarto vazio com problemas técnicos.

Angela Natel

Inbox



There is a message for you
Somewhere out there.
You can find it if you seek
In the right places, from your heart.

You can check on your voicemail
To try to understand.
You can read it and do it right
If you’re ready to be in charge.

Don’t be afraid about the subject
Cause if you received, you're able to fulfill.
Don't be scared about the challenge
The light will shine if you just turn it on.

There is only one message for you
Where it is less expected
To teach you how to walk by faith
Through the darkness of this evil age.

Angela Natel – 31/12/2014

Preço



Disseram-me para ficar à vontade
Mostrar quem sou e escolher.
Quiseram ver a outra metade
Aquela que tentei esconder.

Disseram que tudo era meu
Desde que pudesse pagar
Insistiram, até que o cansaço venceu
E não pude deixar de falar.

Assim que mostrei opinião
E minha face revelei
Perdi de todo o meu chão
Um gancho de esquerda levei.

Apesar de palavras bonitas
E um sorriso dissimulado
vi-me só e arrependida
foi-se quem estava ao meu lado.

Liberdade tem um preço
Que poucos querem pagar.
Viraram-me do avesso
Esqueceram-se de amar.

Angela Natel – 31/12/2014.