Ao contrário da
megalomania dos filmes, da felicidade estrondosa, percebeu que preferia outros
caminhos, que gostava de brincar de tempo com quem amava.
E lhes perguntava:
O que faria se ganhasse na megasena hoje?
E se pudesse ir em três shows de artistas internacionais, quais seriam?
E se tivesse em uma ilha deserta?
Que música ouviria por 10 anos todo dia?
Sua casa ideal, como seria?
"E así pasan los dias" e ainda não ganharam na megasena, não foram ao
show que queriam, nem a viagem perfeita aconteceu.
Mas enquanto isso tem o cafezinho, e, quando dá tempo, a ida à padaria que tem
o pão mais crocante.
E tem o sorriso pequeno, não uma gargalhada, só os sorrisos serenos.
Tem as irritações.
De novo a torneira com goteira! As contas do mês, as tarefas atrasadas, as
opressões e o carregador com mal contato.
Pelo menos, de mal contato havia mais era o carregador, porque os demais
contatos, consigo e com os demais, ia tomando algum assento assim como o cabelo
depois de algumas semanas de corte.
Não acostumada nem acomodada com as injustiças do mundo, mas elaborando melhor
a culpa por não conseguir salvá-lo, nem a quem ama, nem a si mesma.
Pelo menos brincar de imaginar, isso ainda não tinha sido roubado e então
seguia perguntando:
Mas me conta, se pudesse viajar hoje, para qualquer lugar do mundo, para onde
iria?
Geni Nuñez -
@genipapos no Instagram
Assista a live “Descatequizar para descolonizar”, com Geni Nuñez em meu canal
no Youtube (Angela Natel) -
https://www.youtube.com/watch?v=mhtXVH-kO3I&t=2113s
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