sábado, 26 de novembro de 2016

Uma vida sem igual, uma perda irreparável.



O segundo semestre do ano de 2016 foi marcado por perdas irreparáveis. Digo isso porque, do meu limitado ponto de vista – que não tem condições de medir além do que já vivi e experimentei -, vidas que me influenciaram imensamente e deixaram a marca de seu legado em mim se foram... e a morte dessas pessoas deixa em minha vida a sensação de uma perda irreparável.
Três destes homens que se foram, Edison Queiroz, Elben M. Lenz César e Russell Shedd, grandes teólogos e escritores, além de muitas outras coisas, me fizeram rir e chorar, confrontaram-me comigo mesma, deixaram marcas em mim que os anos não podem apagar.
Um deles, Marcelo Taborda -que me conheceu melhor do que os outros três -, foi um grande amigo que já me fez rir e chorar, chorar inclusive de raiva dele e/ou de mim. As marcas do legado que ele deixou representam muitas das formas como vejo e encaro a vida hoje em dia.
São vidas sem igual no mundo, insubstituíveis. Isto porque em geral as pessoas nascem, crescem, estudam, arrumam um emprego, constituem família, adquirem bens, se reproduzem e morrem. E esse padrão de vida é seguido pela maioria das pessoas. Trata-se de um padrão facilmente copiável.
Mas estes homens foram muito além disso. Hoje em dia são raras as vidas vividas de forma tal que consigam deixar marcas na vida dos outros, marcas de humanidade, bondade, às vezes de irracionalidade, mas marcas tão profundas que não permitem mais que vejamos essas vidas como se fossem comuns. Seja por seu caráter, uma atitude fora do padrão em relação ao outro, um trabalho realizado em prol de alguém antes de ser em benefício próprio, uma vida marcada pela produção criativa e pela ajuda e entrega, não é possível produzir cópias de pessoas assim. Você até poderia conseguir uma amostra de DNA e fabricar um clone, mas nunca reproduzir uma vida sem igual como a desses homens.
E vidas sem iguais, quando encerram na morte, se tornam perdas irreparáveis no coração, na vida dos que foram tocados por elas.
As quatro perdas do segundo semestre deste ano fizeram-me defrontar com a o desafio de viver uma vida sem igual: mais do que apenas estudar e arrumar um emprego, muito mais do que contentar-me com o conforto de uma família ou o acúmulo de bens, o legado que desejo deixar, meu grande objetivo, é viver tocando outras vidas, aprendendo delas, dando de beber ao sedento, fazendo diferença na história do que está longe e do que está perto, socorrendo, sempre que possível, percebendo as nuanças de uma necessidade, mudando rumos, desafiando histórias, levando novidade e esperança onde eu seguir...
Uma vida é sem igual, impossível de ser completamente copiada, não pelas suas complexidades – muito pelo contrário -, mas pelos detalhes que fazem toda a diferença. Assim, com minhas habilidades, minha personalidade, meus limites e defeitos, toda a construção histórico-cultural que ajudam a me definir como pessoa, essas combinações únicas que constituem o meu ser, ao aproveitar cada oportunidade quando ao encontro de outro ser, de forma a não viver para mim mesma, não encerrar-me em mim, posso construir uma história de marcas e legados deixados nos corações daqueles a quem tenho o privilégio de encontrar pelo caminho.
Somente dessa maneira posso tranquilizar-me de que, ao morrer, será uma perda irreparável. E isso não é ruim, porque gera inquietação e desafia o coração, traz esperança e continuidade de vida, uma vez que um legado desses permite que não morramos jamais na vida dos que o recebem.
Com essa breve reflexão, e sentindo a perda de cada um desses grandes homens, tão falhos, tão incríveis, únicos em suas complexidades, deixo a você o desafio de não viver mais o mesmo de sempre, de não contentar-se em resumir sua vida ao que todos podem realizar. Seja único, seja complexo, seja aquele, aquela, que vai tocar de forma singular os que te cercam. Desejo a você uma vida sem igual para que, quando você enfrentar a morte seja, verdadeiramente, uma perda irreparável.
Angela Natel

26/11/2016

Fonte: https://www.facebook.com/angelanatel.escritora/photos/a.367560506716515.1073741835.137128436426391/759523350853560/?type=3&theater


quinta-feira, 24 de novembro de 2016

APOIE UMA CAUSA: TREINANDO TRADUTORES E EDUCADORES INTERCULTURAIS



Meu nome é Angela Natel, nasci em 1979 e há mais de 20 anos estou envolvida direta e indiretamente no trabalho missionário. Em 1998 tive a oportunidade de fazer o Curso de Linguística e Missiologia (CLM) da Missão ALEM – Associação Linguística Evangélica Missionária, cujos projetos concentram-se nas áreas de Tradução da Bíblia e Educação Bilíngue e Intercultural. Após concluir duas faculdades (Letras e Teologia) e morar quatro anos em Moçambique, pude fazer também um mestrado em Teologia e me envolver no ensino e produção de materiais. 
Desde 2015 voltei a servir como membro colaborador da ALEM, junto ao Departamento de Cursos da Missão. Nesse Departamento, trabalho na criação de novos cursos, restruturação e apoio aos cursos já existentes, apoio direto aos missionários que se encontram no campo, ministração de aulas em outras Instituições e Organizações Missionárias e elaboração de materiais que atendam às necessidades na formação de tradutores da Bíblia e educadores interculturais, bem como em programas de usos das Escrituras.
Sabendo que as agências missionárias atuam sem fins lucrativos e são mantidas por doações voluntárias, é importante lembrar que quem mora em uma base tem as mesmas (ou, às vezes, até maiores) necessidades de um missionário no campo, no que diz respeito a gastos com moradia, energia, água, alimentação, higiene e saúde física e emocional. Assim, a agência, em si é apenas uma estrutura mantida pelas Igrejas, e cabe a cada missionário que vive na base ter seu próprio sustento para todas as despesas. Muitos precisam continuar em seus estudos para poder servir melhor aos que estão vindo para serem treinados e enviados a campos transculturais. Assim, prossigo em meus estudos para o doutorado em Teologia. Além de uma formação de qualidade, o missionário de base, em geral, deixa de lado cargos acadêmicos para poder servir integralmente na base, o que acarreta em perdas financeiras.
Reconhecendo que nada pode ser feito sem apoio, tanto financeiro como em oração, gostaria de te convidar a se envolver neste projeto de serviço para o treinamento de tradutores e educadores interculturais. Embora o trabalho desenvolvido seja na base da ALEM, na cidade de Brasília, é um ministério missionário de alcance transcultural e mundial, pois, nossos alunos, posteriormente ao curso, são enviados por suas comunidades eclesiásticas a diferentes povos em diversos países do mundo. Hoje, por meio dos nossos alunos, atuamos em todos os continentes.
Os desafios financeiros existem, tanto para minha manutenção pessoal básica quanto na continuidade do tratamento médico de que necessito. A necessidade, para minha subsistência, é de R$ 2.000,00 mensais (aluguel, alimentação, higiene pessoal e medicamentos). A ideia é que amigos e colaboradores que desejem fazer parte desse ministério assumam o compromisso no valor de sua escolha para depositar com alegria mensalmente na conta:
http://apoieumacausa.com/pt-BR/causes/treinando-tradutores-e-educadores-interculturais

Dessa forma podemos alcançar um sustento mensal mínimo a fim de que o trabalho possa ser realizado no campo que o Senhor Jesus tem escolhido para que eu O sirva neste momento: a base de treinamento de missionários da ALEM. É com muita alegria que me dirijo a você para expressar gratidão pelo seu interesse para com minha vida e trabalho, ao ler este projeto. Assim Deus vai escrevendo Sua História através de nossas vidas como equipe. A Ele toda a glória, no nosso meio e entre todos os povos.
Não deixe de se envolver nessa Missão: http://apoieumacausa.com/pt-BR/causes/treinando-tradutores-e-educadores-interculturais

Pela graça e para a glória de Jesus Cristo
Angela Natel



Grupo de amigos e parceiros em Missão: 

domingo, 20 de novembro de 2016

Dia da Consciência Negra


A Cada 23 minutos um jovem negro entre 15 e 23 anos é assassinado no Brasil. São mais de 23 mil por ano. Jovens que em sua grande maioria é pobre e vive na periferia das grandes cidades. Abolimos a escravidão, mas não o racismo e a discriminação. Como bem disse Florestan Fernandes: "A questão do negro não é apenas uma questão social. Ela é racial e social. É a pior herança da sociedade de castas e estamentos. Ela trouxe para o presente todas as formas de repressão e opressão existentes em nosso país...Sinto vergonha dessa realidade e penso ser meu dever lutar contra ela com todo vigor. A democracia não pode excluir os de baixo e, especialmente, preservar a vergonha de ter preconceito, mantendo-o e reproduzindo-o dissimuladamente. Prefiro participar da fraternidade dos companheiros negros e combater por uma democracia plena, na qual liberdade com igualdade seja válida como objetivo universal."

Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10154657461100279&set=a.10150629456675279.413353.837890278&type=3&theater

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Om olhar sobre Juazeiro do Norte, meu primeiro contato pessoal com o Nordeste brasileiro


Conhecer as pessoas do sertão, dar as mãos, conversar, deixar-se tocar e, principalmente, conhecer sua fé, sua religiosidade e colocar-me mais próxima dos que antes desconhecia foi um tesouro inestimável. 
Até mesmo conhecer mais da história e do testemunho de Padre Cícero, do que a vida deste homem representa até hoje para milhares de pessoas. Ao lado de sua estátua em tamanho natural, por exemplo, fui impactada com a proporção que um legado pode assumir mesmo após a morte de uma pessoa.
Assim, a vida de uma sociedade se abre diante de nós quando olhamos além de seu comportamento, vamos atrás de suas crenças, seus valores, as razões de sua fé e os códigos que se utilizam para a interpretação da realidade que os cerca.
Não são mais números numa estatística, não são mais um grupo cujo rótulo eu apenas conhecia de ouvir falar: são pessoas com suas histórias, são vidas marcadas pelo tempo e a experiência, mas que tiram do meio de seu sofrimento a força para sorrir para mim e me receber com tanto carinho e alegria.
Muito obrigada, sertão nordestino, muito obrigada, Juazeiro do Norte. Vocês agora moram em meu coração, também.
Angela Natel
out/2016

















Uma vida sem igual, uma perda irreparável.



O segundo semestre do ano de 2016 foi marcado por perdas irreparáveis. Digo isso porque, do meu limitado ponto de vista – que não tem condições de medir além do que já vivi e experimentei -, vidas que me influenciaram imensamente e deixaram a marca de seu legado em mim se foram... e a morte dessas pessoas deixa em minha vida a sensação de uma perda irreparável.
Três destes homens que se foram, Edison Queiroz, Elben M. Lenz César e Russell Shedd, grandes teólogos e escritores, além de muitas outras coisas, me fizeram rir e chorar, confrontaram-me comigo mesma, deixaram marcas em mim que os anos não podem apagar.
Um deles, Marcelo Taborda -que me conheceu melhor do que os outros três -, foi um grande amigo que já me fez rir e chorar, chorar inclusive de raiva dele e/ou de mim. As marcas do legado que ele deixou representam muitas das formas como vejo e encaro a vida hoje em dia.
São vidas sem igual no mundo, insubstituíveis. Isto porque em geral as pessoas nascem, crescem, estudam, arrumam um emprego, constituem família, adquirem bens, se reproduzem e morrem. E esse padrão de vida é seguido pela maioria das pessoas. Trata-se de um padrão facilmente copiável.
Mas estes homens foram muito além disso. Hoje em dia são raras as vidas vividas de forma tal que consigam deixar marcas na vida dos outros, marcas de humanidade, bondade, às vezes de irracionalidade, mas marcas tão profundas que não permitem mais que vejamos essas vidas como se fossem comuns. Seja por seu caráter, uma atitude fora do padrão em relação ao outro, um trabalho realizado em prol de alguém antes de ser em benefício próprio, uma vida marcada pela produção criativa e pela ajuda e entrega, não é possível produzir cópias de pessoas assim. Você até poderia conseguir uma amostra de DNA e fabricar um clone, mas nunca reproduzir uma vida sem igual como a desses homens.
E vidas sem iguais, quando encerram na morte, se tornam perdas irreparáveis no coração, na vida dos que foram tocados por elas.
As quatro perdas do segundo semestre deste ano fizeram-me defrontar com a o desafio de viver uma vida sem igual: mais do que apenas estudar e arrumar um emprego, muito mais do que contentar-me com o conforto de uma família ou o acúmulo de bens, o legado que desejo deixar, meu grande objetivo, é viver tocando outras vidas, aprendendo delas, dando de beber ao sedento, fazendo diferença na história do que está longe e do que está perto, socorrendo, sempre que possível, percebendo as nuanças de uma necessidade, mudando rumos, desafiando histórias, levando novidade e esperança onde eu seguir...
Uma vida é sem igual, impossível de ser completamente copiada, não pelas suas complexidades – muito pelo contrário -, mas pelos detalhes que fazem toda a diferença. Assim, com minhas habilidades, minha personalidade, meus limites e defeitos, toda a construção histórico-cultural que ajudam a me definir como pessoa, essas combinações únicas que constituem o meu ser, ao aproveitar cada oportunidade quando ao encontro de outro ser, de forma a não viver para mim mesma, não encerrar-me em mim, posso construir uma história de marcas e legados deixados nos corações daqueles a quem tenho o privilégio de encontrar pelo caminho.
Somente dessa maneira posso tranquilizar-me de que, ao morrer, será uma perda irreparável. E isso não é ruim, porque gera inquietação e desafia o coração, traz esperança e continuidade de vida, uma vez que um legado desses permite que não morramos jamais na vida dos que o recebem.
Com essa breve reflexão, e sentindo a perda de cada um desses grandes homens, tão falhos, tão incríveis, únicos em suas complexidades, deixo a você o desafio de não viver mais o mesmo de sempre, de não contentar-se em resumir sua vida ao que todos podem realizar. Seja único, seja complexo, seja aquele, aquela, que vai tocar de forma singular os que te cercam. Desejo a você uma vida sem igual para que, quando você enfrentar a morte seja, verdadeiramente, uma perda irreparável.
Angela Natel

26/11/2016

Fonte: https://www.facebook.com/angelanatel.escritora/photos/a.367560506716515.1073741835.137128436426391/759523350853560/?type=3&theater


APOIE UMA CAUSA: TREINANDO TRADUTORES E EDUCADORES INTERCULTURAIS



Meu nome é Angela Natel, nasci em 1979 e há mais de 20 anos estou envolvida direta e indiretamente no trabalho missionário. Em 1998 tive a oportunidade de fazer o Curso de Linguística e Missiologia (CLM) da Missão ALEM – Associação Linguística Evangélica Missionária, cujos projetos concentram-se nas áreas de Tradução da Bíblia e Educação Bilíngue e Intercultural. Após concluir duas faculdades (Letras e Teologia) e morar quatro anos em Moçambique, pude fazer também um mestrado em Teologia e me envolver no ensino e produção de materiais. 
Desde 2015 voltei a servir como membro colaborador da ALEM, junto ao Departamento de Cursos da Missão. Nesse Departamento, trabalho na criação de novos cursos, restruturação e apoio aos cursos já existentes, apoio direto aos missionários que se encontram no campo, ministração de aulas em outras Instituições e Organizações Missionárias e elaboração de materiais que atendam às necessidades na formação de tradutores da Bíblia e educadores interculturais, bem como em programas de usos das Escrituras.
Sabendo que as agências missionárias atuam sem fins lucrativos e são mantidas por doações voluntárias, é importante lembrar que quem mora em uma base tem as mesmas (ou, às vezes, até maiores) necessidades de um missionário no campo, no que diz respeito a gastos com moradia, energia, água, alimentação, higiene e saúde física e emocional. Assim, a agência, em si é apenas uma estrutura mantida pelas Igrejas, e cabe a cada missionário que vive na base ter seu próprio sustento para todas as despesas. Muitos precisam continuar em seus estudos para poder servir melhor aos que estão vindo para serem treinados e enviados a campos transculturais. Assim, prossigo em meus estudos para o doutorado em Teologia. Além de uma formação de qualidade, o missionário de base, em geral, deixa de lado cargos acadêmicos para poder servir integralmente na base, o que acarreta em perdas financeiras.
Reconhecendo que nada pode ser feito sem apoio, tanto financeiro como em oração, gostaria de te convidar a se envolver neste projeto de serviço para o treinamento de tradutores e educadores interculturais. Embora o trabalho desenvolvido seja na base da ALEM, na cidade de Brasília, é um ministério missionário de alcance transcultural e mundial, pois, nossos alunos, posteriormente ao curso, são enviados por suas comunidades eclesiásticas a diferentes povos em diversos países do mundo. Hoje, por meio dos nossos alunos, atuamos em todos os continentes.
Os desafios financeiros existem, tanto para minha manutenção pessoal básica quanto na continuidade do tratamento médico de que necessito. A necessidade, para minha subsistência, é de R$ 2.000,00 mensais (aluguel, alimentação, higiene pessoal e medicamentos). A ideia é que amigos e colaboradores que desejem fazer parte desse ministério assumam o compromisso no valor de sua escolha para depositar com alegria mensalmente na conta:
http://apoieumacausa.com/pt-BR/causes/treinando-tradutores-e-educadores-interculturais

Dessa forma podemos alcançar um sustento mensal mínimo a fim de que o trabalho possa ser realizado no campo que o Senhor Jesus tem escolhido para que eu O sirva neste momento: a base de treinamento de missionários da ALEM. É com muita alegria que me dirijo a você para expressar gratidão pelo seu interesse para com minha vida e trabalho, ao ler este projeto. Assim Deus vai escrevendo Sua História através de nossas vidas como equipe. A Ele toda a glória, no nosso meio e entre todos os povos.
Não deixe de se envolver nessa Missão: http://apoieumacausa.com/pt-BR/causes/treinando-tradutores-e-educadores-interculturais

Pela graça e para a glória de Jesus Cristo
Angela Natel



Grupo de amigos e parceiros em Missão: 

Dia da Consciência Negra


A Cada 23 minutos um jovem negro entre 15 e 23 anos é assassinado no Brasil. São mais de 23 mil por ano. Jovens que em sua grande maioria é pobre e vive na periferia das grandes cidades. Abolimos a escravidão, mas não o racismo e a discriminação. Como bem disse Florestan Fernandes: "A questão do negro não é apenas uma questão social. Ela é racial e social. É a pior herança da sociedade de castas e estamentos. Ela trouxe para o presente todas as formas de repressão e opressão existentes em nosso país...Sinto vergonha dessa realidade e penso ser meu dever lutar contra ela com todo vigor. A democracia não pode excluir os de baixo e, especialmente, preservar a vergonha de ter preconceito, mantendo-o e reproduzindo-o dissimuladamente. Prefiro participar da fraternidade dos companheiros negros e combater por uma democracia plena, na qual liberdade com igualdade seja válida como objetivo universal."

Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10154657461100279&set=a.10150629456675279.413353.837890278&type=3&theater

Om olhar sobre Juazeiro do Norte, meu primeiro contato pessoal com o Nordeste brasileiro


Conhecer as pessoas do sertão, dar as mãos, conversar, deixar-se tocar e, principalmente, conhecer sua fé, sua religiosidade e colocar-me mais próxima dos que antes desconhecia foi um tesouro inestimável. 
Até mesmo conhecer mais da história e do testemunho de Padre Cícero, do que a vida deste homem representa até hoje para milhares de pessoas. Ao lado de sua estátua em tamanho natural, por exemplo, fui impactada com a proporção que um legado pode assumir mesmo após a morte de uma pessoa.
Assim, a vida de uma sociedade se abre diante de nós quando olhamos além de seu comportamento, vamos atrás de suas crenças, seus valores, as razões de sua fé e os códigos que se utilizam para a interpretação da realidade que os cerca.
Não são mais números numa estatística, não são mais um grupo cujo rótulo eu apenas conhecia de ouvir falar: são pessoas com suas histórias, são vidas marcadas pelo tempo e a experiência, mas que tiram do meio de seu sofrimento a força para sorrir para mim e me receber com tanto carinho e alegria.
Muito obrigada, sertão nordestino, muito obrigada, Juazeiro do Norte. Vocês agora moram em meu coração, também.
Angela Natel
out/2016